Queda na inflação é conversa pra boi dormir

igpmjunho

É lógico que isso não é mecânico, mas não precisa ser economista para saber que preço no atacado acaba por bater no varejo.

E o IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, índice onde os preços ao produtor têm peso maior, antecipando movimentos futuros do varejo, foi às alturas: 1,69% em junho, num período de apuração já todo dentro do período de “choque de confiança” do Governo interino, mais que o dobro dos 0,82% de maio.

Daqui a alguns dias, quando sair o IPCA, o nosso “jornalismo de mercado” vai moderar as comemorações da provável queda que o índice oficial da inflação registrará.

Sabem que não vai se sustentar, quando a FGV apura, no mês, nada menos que 2,21% nos índices do atacado, mesmo com uma relativa parada na alta do preço dos produtos industriais, que não estão subindo apenas porque não estão vendendo.

Uso a narrativa do Valor:

“No atacado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,21% em junho, seguindo incremento de 0,98% em maio. Os produtos agropecuários dispararam 5,89% e os bens industriais aumentaram 0,75%, ante elevação de 2,58% e de 0,30%, respectivamente, um mês antes.”

Quer saber porque o BC está deixando o dólar despencar, comprometendo a relativa recuperação das exportações brasileiras? É porque o estoque de grãos no país está baixíssimo e a maior parte das colheitas, exceto a da segunda safra do milho, já terminou ou está terminando a colheita nas principais áreas, até porque foram antecipadas em razão do preço mais alto do dólar, no caso das lavouras de exportação.

Assim, não há colunista de economia que resista…

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