Vi ontem na internet o Dr. Joaquim Barbosa – it’s alive! – admitindo que, por ser “um homem livre”, poderia vir a ser, em tese, candidato a Presidente em 2018. Hoje, procurei em O Globo, versão impressa – e não vi uma linha.
Deu-se, ali, no papel, a nenhuma importância política que hoje tem o personagem que era, não faz muito tempo, o “salvador do Brasil”. Como a memória é curta, seu colega, o juiz Sérgio Moro, desfecha mais uma fase, a 567.845ª, da Lava Jato, mandando prender um cidadão que já estava preso…
Leio também, que tudo se vai acalmando, com a esperança de que Donald Trump – graças a Deus! – será infiel às ideias que professou na campanha eleitoral e que, afinal, lhe deram a vitória. O “real market” o conterá. A chamada da primeira página do site da Folha é de uma explicitude quase religiosa: “Choque de realidade pode frustrar eleitores de Trump“.
É, sabemos bem o que é o eleito pela vontade do eleitor curvar-se às “realidades” do mercado…
Todos eles, porém, são muito menos importantes, porque as glórias do mundo são passageiras, do que aquilo que despertam.
Com o Dr. Joaquim, de quem poucos se lembram, nosso país ganhou o Judiciário-espetáculo, onde os que se continham diante da generalização do termo “mensaleiro” a quem quer que fosse acusado e que, no dizer da Ministra Rosa Weber, a jurisprudência e não as provas cabais, permitia condenar.
Quem discordasse, gostava de pizza.
Evoluímos daí para o atual “não temos provas, mas temos convicção” atual. E para as delações premiadas e condenações por atacado, que saem em catadupas, das celas e do tribunal curitibano.
E claro, quem diverge disso é protetor de corrupto e, provavelmente, corrupto também.
Tudo isso, porém, por mais que não se apaguem os holofotes da mídia, poderia serenar e restabelecer-se com novas eleições, num mundo ideal, onde a sociedade fosse como um computador que, quando trava, pode ser reiniciado e pronto, sem maiores consequências.
Infelizmente, não é possível um ctrl + alt + del nas relações político-sociais deterioradas por processos assim.
É que estes processos, cá ou lá, despertam ódios, intolerâncias, generalizações imbecis, culpas a priori, criminalização da política, transformação da imprensa em “promotoria” (ou “defensoria”, conforme o pendor do “réu”) e a formação do pensamento “cachorro louco”, aquele que, de tanto ódio, crava os dentes em sua própria carne.
Recolho, do facebook de uma brasileira que vive – modestamente – nos EUA, a seguinte pérola deste estado de espírito (ou de perda dele):
Você gosta de pagar um montão de imposto para vim um cubano e ter até aluguel pago com o meu dinheiro!Eu sou mulher sou imigrante e estou muito feliz com o resultado e sabe porque? Porque antes de ser mulher e imigrante eu sou trabalhadora e estou cansada de pagar impostos altíssimos pra sustentar preguiçosos!!! Quem vem pra cá só pra ter filhos e ser sustentado pelo governo.”
Tudo com o apoio de outra brasileira, negra, casada com um norte-americano.
Não duvide que, em São Paulo (e não apenas lá) haja milhares de descendentes de nordestinos vociferando contra os nossos “cubanos”, os “baianos do bolsa Família”. Ou descendentes de gente pobre que nos veio da Europa e viveu, à custa da caridade estatal, na velha Hospedaria dos Imigrantes vociferando contra a praga dos haitianos ou venezuelanos, ou dos bolivianos…
E isso é contagioso, porque, sabemos desde antes de Isaac Newton, ação conduz à reação de igual direção, intensidade e sentido contrário.
No campus de uma universidade no Illinois, relata uma ex-aluna, apoiadores de Trump foram provocar e xingar estudantes latinos, muçulmanos e portadores de “outras maldições”.
“Estudantes negros estão registrando incidentes de agressão e ameaças no campus hoje partindo de eleitores do Trump. Um estudante disse que sua amiga viu um homem puxar uma faca em direção à um muçulmano no ônibus a caminho do campus. Diversos estudantes latinos tiveram simpatizantes de Trump os intimidando ou ameaçando. Há um estudante se vangloriando abertamente online por ele e seus amigos serem os responsáveis por escreverem mensagens de ameaça do lado de fora do edifício de estudos latinos no ano passado, e disse que com Trump como presidente, eles estão agora empoderados pois o grande líder da nação compartilha de suas opiniões de que os latinos não pertencem aqui. Estudantes e funcionários presenciaram hoje simpatizantes de Trump gritavam quando estudantes negros passavam por eles. Neste momento há um homem agitando uma bandeira americana e gritando com estudantes negros.”
E o recolhimento e tristeza dos anti-Trump, além de marchar da Union Square e até a Trump Tower, numa Avenida Paulista novaiorquina ao revés, já falam em “derrubá-lo”.
A mídia e a direita colhem sua semeadura maldita.
Os personagens cria para a sua feitiçaria político-social tomam vida numa multidão, em muitas multidões.
E em uma crise permanente que aniquila e destrói.
Ao transformar a disputa política (a qual dificilmente vence) e social (na qual muito pouco perde) em disputa racial, sexual, religiosa e, sobretudo, moral, a classe dominante e sua máquina de propaganda (e de formação de práticas sociais) abrem as porteiras da selvageria para um caminho que só termina em países arruinados.
E, no caso de impérios, na guerra.
24 respostas
Peefeito
Conforme as analises aparecem, fica claro que o que elegeu Crivella, Dória, e Tirou Dilma tem a mesma fundamentação da eleição de Trump. Pessoas oprimidas por impostos e revoltadas com tudo e todos. Eles estão contra o sistema mas não sabem identificar que sistema é esse.
Não é difícil imaginar o que vai acontecer nos EUA se o Trump se meter a mudar qualquer regra de mercado que tire poder do “grande sistema”. Uma campanha de mídia massiva, bancada pelo sistema financeiro global para transformar qualquer dos vários podres de Trump em impeachment . Já fizeram com Clinton, farão com Trump. É a nova moda e é desestabilizadora. Tudo que as outras nações querem. Tirar poder de competição dos EUA.
Ótimo texto!
Enquanto o líder supremo toma um choque de realidade, os apoiadores vociferam contra tudo e todos. Não vai demorar muitos para as criaturas ameaçarem de morte o criador.
A mídia ianque esteve contra Trump desde o início. A gente já viu o que pode acontecer quando a mídia resolve atuar como partido político. Será que a mídia gringa anti-Trump vai permanecer passiva, apenas cumprindo seu papel de informar com imparcialidade? Eles que se matem entre si. O resto do mundo só terá a ganhar com isso. Outra coisa: quem vai para os EUA gastar seu dinheirinho na disneylandia, em Las Vegas, fazendo compras em NY pode ficar sossegado. Problemas terão os que pensavam em ir pra lá “fazer a América”.
… O rábula psicopata ‘joaquim MOssack Fonseca barbosa’ deve setar incomodado com o ostracismo!
Também pudera, o sujeito perdeu até a pose de twitteiro incidental!
Viu, “juiz” sérgio ‘mor(t)o’, é assim que a Casa Grande chuta o CUnha dos sabajos da plutocracia!
Tremeis, fascista DEMotucano militante ‘mor(t)o’!
… O golpe vagabundíssimo dentro do golpe vagabundíssimo!
O script anunciado!
E o ‘TRUMPaceiro’ daqui sabe muito bem que é apenas uma, digamos, ‘ponte decorativa’ para a eleição indireta de algum DEMoTucano!
O ‘TRUMPaceiro’ daqui sabe muito bem também que a tarefa IMUNDA ‘delle’ seria – apenas e tão somente – fazer o jogo sujo da destruição do estado nacional e dos direitos dos(as) honestos(as) trabalhadores(as) brasileiros(as) e a entrega do pré-sal aos gringos…
E o que o ‘TRUMPaceiro’ daqui receberá de mais bonificação:
a distância da cadeia!
Viva o ‘braZ$&l’!
XICO SÁ: ROTEIRO DA CONVERSA ENTRE MACHADO E JUCÁ TEM SIDO CUMPRIDO
Na iminência da votação do projeto de lei sobre acordos de leniência, que permitiria às empreiteiras investigadas na Lava Jato continuarem a participar de licitações do governo, o jornalista Xico Sá relembra como foi “genial” o roteirista de todo o episódio do golpe que tirou Dilma Rousseff e colocou Michel Temer na presidência; “óbvio, mas ñ custa relembrar: como todo o roteiro da conversa entre Sergio Machado e Romero Juca tem sido cumprido. roteirista genial”
10 DE NOVEMBRO DE 2016
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/264808/Xico-S%C3%A1-Roteiro-da-conversa-entre-Machado-e-Juc%C3%A1-tem-sido-cumprido.htm
RESGATAR, IMEDIATAMENTE, A CAMPANHA ‘O PETRÓLEO É NOSSO’ – e escorraçar estes bandidos entreguistas &$ antipovo enquanto houver tempo, e o que restar desta nação em frangalhos!
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ACABA OBRIGAÇÃO DA PETROBRAS NO PRÉ-SAL
A Câmara rejeitou ontem à noite os dois últimos destaques de partidos políticos que impediam a aprovação do projeto de lei que acaba com a participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal —hoje de no mínimo 30% de cada área— e com sua atuação como operadora única em todos os campos; texto segue agora para sanção presidencial; Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), indicado pelo presidente da República, decidirá quais campos a companhia terá o direito de exercer a preferência sobre participar ou não da exploração – o que deixará, na prática, a decisão na mão do governo
10 DE NOVEMBRO DE 2016
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/economia/264797/Acaba-obriga%C3%A7%C3%A3o-da-Petrobras-no-pr%C3%A9-sal.htm
Motorista confirma que Doria usou carro oficial de estatal paulista em campanha
Postado em 10 de novembro de 2016
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/motorista-confirma-que-doria-usou-carro-oficial-de-estatal-paulista-em-campanha/
Dá dó né!1 Mas, cadê aquele homem Dupó, tão amigo do Kaifaiz. Sumiu né!! Tá parecendo o Caiadão que disse? “Passarinho na muda não canta”. Tá cuidado dos bois das suas inúmeras fazendas. Escondido é melhor. O Caiadão gostava de chamar os adversários pra sair na “mão”! Uma hora a casa cai viu Senador. Veja ai o Kaifaiz, Agora tá na merda. Ostracismo, que nem bagaço de laranja chupada jogada na beira da estrada. Lembram quando a InVeja postou aquela M de reportagem: O Menino que veio pra salvar o Brasil. Eita dor de Corno né!!!!!
ajuste desprezível:
… O rábula psicopata ‘joaquim Mossack Fonseca barbosa’ deve estar incomodado com o ostracismo [mais do que merecido]!
Eu gostaria de ver alissons, capiaus, nilos batistas nos states agora. Não adianta ter pele clara. Lá, para eles, sendo latino, é tudo a mesma coisa.
Prefiro o Canadá. Se Luíza estiver por lá ainda…
Motorista confirma que Doria usou carro oficial de estatal paulista em campanha
Postado em 10 de novembro de 2016
(…)
FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/motorista-confirma-que-doria-usou-carro-oficial-de-estatal-paulista-em-campanha/
LÁ VEM O MATUTO QUE SENTE CHEIRO DE GOLPE DESDE O DIA EM QUE NASCEU EM PINDORAMA
Na horrenda e tétrica fotografia…
http://a.disquscdn.com/get?url=https%3A%2F%2Fc7.staticflickr.com%2F1%2F711%2F21598121590_29e2f379f1_b.jpg&key=vwuCi4Wjc4trPhhHWpaz6w&w=800&h=600
… O DEMoTucano ‘mor(t)o’ entre o MERENDÃO &$ o almofadinha, ambos IMUNDOS subprodutos do ‘Picolé de Chuchu’ do ‘José TRENSALÃO R$ 35 MILHÕES da Odebrecht (S)erra’!
E a justi$$$Azinha de mmmeeeerrddaaa literalmente ‘DESmoroLIZADA’!
Trocamos um Moro por um Moore. Tem mais consistência o ativista americano do que o tucano Moro. E a lava jato, sem muita cobertura, vai prender quem já está preso e fazer firulas judiciais no Ceará. Bem que diz o ditado ‘tem malas que vão para Belém”, então também tem malas que vão para o Ceará. E o Moro já é uma mala, então é perfeitamente plausível que mudemos o nome de seu espetáculo para Mala a jato e sua equipe de malinhas…
É o Brito transformando impressões e sentimentos em palavras certeiras, e excelente como sempre!
Aqui vai um raio X poderoso sobre o resultado das eleições americanas:
A grande divisão
por John Steppling
http://www.counterpunch.org/2016/11/10/the-big-split/
10 de novembro de 2016
Se Trump é o preço que temos de pagar para derrotar o neoliberalismo Clintoniano – assim seja.
– Mumia Abu-Jamal
Ao longo desta eleição, disse que não acreditava que Trump quisesse vencer. E a julgar pelos e-mails de Podesta, o DNC ajudou a engendrar a ascensão de Trump à indicação republicana. Trump era o único cara (junto com Ted Cruz) mais repulsivo ao público do que Hillary Clinton, o que me faz lembrar de Mel Brooks no filme Os Produtores:
Diz Max Bialystock: “Como isso pode acontecer? Eu fui muito cuidadoso. Eu escolhi a trama errada, o diretor errado, o elenco errado. Onde foi que eu acertei?!!
Trump foi o jogo errado perfeito, o diretor errado, o elenco errado. E ele ganhou. Primavera para Hitler é agora um sucesso. Mas algo aconteceu durante o último mês desta eleição. Eu suspeito que Clinton ganhou depois do primeiro debate. Então, como e por que a embreagem do DNC (Democratic National Committee) derrotou as mandíbulas da vitória? A resposta é mais complexa do que se pode avaliar e dissecar em breve tempo, mas um elemento claro é que muito da riqueza corporativa que a América possui foi despejada, finalmente, sobre a cabeça de Clinton.
O artigo de Michel Chossudovsky a partir de 01 de novembro foi bastante presciente:
“O mecanismo de gatilho não se originou da carta do diretor do FBI James Comey por si só. Foi o Wall Street Journal, porta-voz do establishment financeiro dos EUA, que revelou um esquema de fraude e suborno: A esposa do Número Dois do FBI Andrew McCabe havia recebido uma grande soma de dinheiro de Hillary Clinton, através do governador da Virgínia. O momento deste acontecido menos de duas semanas antes das eleições foi crucial. Mas foi, em última análise, o WSJ (e aqueles por trás do lançamento do relatório sobre a fraude Clinton-McCabe) que determinou o curso dos eventos.”.
Houve a divisão financeira do establishment, e houve uma divisão entre os chefes conjuntos e o Pentágono, também. Muitos, segundo notícias, não concordaram com a idéia de não sair da zona de Clinton. Mas eu suspeito que isso aconteceu menos por causa de mentiras e subornos (quero dizer, quem se importa com isso?) e mais sobre um medo crescente em todos os cantos da estrutura da autoridade política, já que Hillary foi o verdadeiro canhão solto nessa eleição, não o Donald. Também, historicamente, quando o mercado de ações cai antes de uma eleição, o partido no poder geralmente perde. Havia uma preocupação genuína em certas partes dos corredores militares do poder, de que a falta de capacidade de julgamento de Clinton em relação à guerra era, de fato, bastante perigosa (não tão amigável quanto às empresas). Depois, houve o segundo e terceiro debates. Eu assisti e fiquei pensando em Reagan. O ex-mascate de 20 Mule Team Borax* mostrava que ficava bem confortável na frente das câmeras. Trump também ficava. Ele gostava de se apresentar. Já Clinton, parecia uma insana matrona imperiosa e envelhecida. Seu rictus fora de foco era perturbador. Seu médico, sempre próximo, também não inspirava confiança.
Esse resultado eleitoral foi também uma reação ao elitismo presumido e aos interesses míopes da classe liberal branca. Mulheres com 45 ou mais, em Ohio, Michigan, Iowa, Pensilvânia e Flórida – em todos os estados de Obama, votaram por Trump. Os homens brancos sem educação universitária votaram esmagadoramente por Trump. A classe trabalhadora branca, que na maioria das vezes está sem trabalho, foi duramente atingida pelas políticas econômicas neoliberais e por acordos comerciais como o TPP e o TTIP. E pelo NAFTA, inaugurado, lembre-se, por Bill Clinton. A indiferença total do DNC para o sofrimento de vastos pedaços dos EUA e a indiferença dos apoiadores presunçosos de Hillary, que estigmatizaram e tentaram envergonhar os candidatos de terceiros e os que votaram por eles, retornaram para assombrá-los. Eles não poderiam entender por qual razão seus privilégios não eram apoiados por todos. A lógica do malignismo menor tornou-se uma intolerância acusatória com opiniões diferentes das suas. Eles que pareciam mais preocupados com as observações de bucetas por parte de Trump do que com o cacarejo de Clinton em seu assassinato orquestrado de Kadafi, ou em seu golpe planejado em Honduras, ou no golpe fascista liderado pela CIA na Ucrânia, começaram a ser notados. Muitas pessoas que votaram em Trump fizeram isso não porque gostassem de Trump, mas porque odiavam fuderosamente a burguesia branca privilegiada que os repreendia e ridicularizava constantemente. Em certo sentido, isso refletia o mesmo voto inglês do Brexit. E vale a pena pinçar as recentes observações de Bill Clinton sobre Jeremy Corbyn ( “uma pessoa fora das ruas” “a pessoa mais louca na sala.”).
Debbie Wasserman Schultz tem um lugar especial de honra neste colapso do DNC. Sanders, mesmo sendo uma fraude como ele é, ainda teria batido Trump. Disso podem haver poucas dúvidas. Mas Schultz se assegurou de que isso não acontecesse. Os brancos burgueses de ambos os sexos queriam manter o status quo. Por que não? Eles não serão afetados pelas mortes no Iêmen, no Iraque ou na Líbia. O que lhes importam? Seu próprio racismo e xenofobia estão devidamente mascarados. Eles podem apontar para todos os eventos culturais promovendo a tolerância, e exigir que a nomeação do Supremo Tribunal seja crucialmente importante. Exceto Clinton e Obama, fizeram compromissos horríveis com reacionários amigáveis às corporações na Corte. Ignoraram a manipulação de mídia, as revelações de Donna Brazile, todo o conteúdo dos e-mails de Podesta foram de fato enterrados em sua consciência. Eles disseram às pessoas que tudo isso não importava. A máquina de mídia de Clinton (Time Warner e CNN) estava constantemente se divertindo com a subclasse. Hollywood fabrica um fluxo interminável de mensagens que valorizam os policiais e os militares. Já quanto aos pobres, são assassinos, traficantes de drogas e patologizados de uma maneira ou de outra. A auto-congratulatória *tolerância* de Hollywood foi uma tolerância altamente seletiva. Não se estendeu a muçulmanos ou sérvios, a chineses ou russos. A Fundação Clinton é semelhante a uma operação de lavagem de dinheiro da máfia que a família Gambino teria admirado. E em algum momento a óptica começou a mudar. Agora, se Hillary tivesse sido um pouco menos repulsiva como figura pública, os democratas teriam vencido. Mas seu desprezo pela maior parte da humanidade era simplesmente impossível de disfarçar.
Os meios de comunicação, nesta manhã seguinte, ainda estão gritando sobre David Duke felicitando Trump, e sobre uma crise. Nada, NADA, nem talvez, apenas talvez, sobre que as pessoas temiam uma guerra com a Rússia, estavam cansadas de conflito, e talvez cansadas, também, de bilhões entregues a um estado de “apartheid”, Israel, enquanto um número crescente de americanos batalha por viver semana a semana e mal pode alimentar seus filhos. Hillary permaneceu em silêncio sobre os protestos da instalação do gasoduto em Standing Rock, assim como Obama permaneceu silencioso sobre tantas coisas (assassinato policial de homens negros desarmados, por exemplo).
Nas mídias sociais eu li um fluxo interminável de abuso liberal dirigido aos partidários de Stein /Baraka, aos socialistas, à esquerda em geral. O sentimento era, entre os liberais, de que *algo tinha mudado*. Não, nada mudou. As pessoas estão desabrigadas, viciadas, sem proteção ou ajuda do governo há trinta anos. Hillary queria, dizia-se, privatizar a segurança social. A população dos EUA está drogada, desesperada e com raiva. Mas esta América é invisível para mídia. As pessoas trabalham pelo salário mínimo, como trabalhadores convidados em seu próprio país. Estágios não remunerados são agora a norma. Graus de faculdade não significam merda nenhuma.
Como meu amigo Paul Haeder escreveu recentemente:
“Eles andam como zumbis, estes trovadores eletrônicos, Yuppies, pós-hippies, veteranos, milenários, baby boomers, tantos ligados à esperança de que eles, com educação e oferta de empregos, irão superar o ataque neoliberal de total morte democrática… Enquanto há TGIF e noites com as finais de baseball e futebol em seguida por um salário à distância, bem, faz muito sentido que as pessoas da rua, favela, gangues de sujos, os Oliver Twists, A forragem Breaking Bad, bem, eles mereçam sua vida interminável, molhados, apodrecendo… {} Essas pessoas nas portas do centro de Portland são um microcosmo da decadência em todo o mundo. Não importa onde o capitalismo mostre seu rosto, ele ergue sua feia face de hidra enquanto come as entranhas da sociedade. Dinheiro para a elite, para os balbucios e os quartos vazios, as mansões e os navios de tamanho de porta-aviões, todos aqueles destroyers offshore bombardeando culturas, indígenas, todos aqueles doadores e guardadores do conhecimento real, esvaziado, eviscerado, que é a criação de sem-tetos, de desamparados, os insanos e os quase loucos, os cérebros dobrados por causa do jogo da farmacopéia da elite, o experimento gigante…”
Trump não é a resposta, é claro. Ele é o sintoma. Ele é o sintoma do vírus do capitalismo neoliberal. Eu nunca pensei que Trump ganharia porque eu não acho que ele queria ganhar. E talvez, talvez ele não quisesse. Nada disso importava, como se verificou. Os liberais vão culpar os racistas e os rednecks NASCAR, e mais – eles vão culpar os esquerdistas. E eles vão ainda culpar Putin e a Rússia. Mas como Mike Whitney colocou… :
“O público provavelmente sente igual desprezo pelo Departamento de Justiça de Loretta Lynch, que é recheado de bajuladores de Clinton que fizeram o seu melhor para anularem qualquer investigação sobre as ilícitas maquinações na Fundação Clinton. E não esqueçamos a mídia que perdeu o pedaço de credibilidade que conseguiu salvar depois de sua miríade de mentiras sobre as armas de destruição em massa, laboratórios de armas móveis, tubos de alumínio e ataques imaginários de armas químicas de Assad, ataques que foram inventados em um dos muitos think-tanks neoconservadores de Washington, onde essas idéias falsas são tipicamente incubadas”.
Colin Powell e os laboratórios móveis de armas biológicas, ou o bolo amarelo do Níger, ou bebês arrancados de incubadoras, ou o malvado açougueiro Milosevic dos Bálcãs… Nada disso foi verdadeiro. Nada disso. E, no entanto, tão imersos em seus próprios delírios narcisistas, os afluentes partidários de Clinton engoliram tudo. E aparentemente muitos estavam finalmente cansados. E muitos outros não se importavam. Quando você tem só cinqüenta dólares no banco, que importância há em que Trump faz piadas sexistas? O público revoltou-se cada vez mais, à medida que o processo da campanha prosseguia. Nunca os debates pareceram tão encenados e falsos. Nunca pareceram tão afastados da vida diária para a maioria dos americanos. A capitulação de muitos liberais inclinados à esquerda para a postura de “menor malignidade” nasceu de uma desconexão da vida da classe trabalhadora. A maioria desses, muitos deles acadêmicos, vivem em um mundo bastante protegido. As comunidades negras e latinas pobres poderiam ter pouco entusiasmo por qualquer candidato. Mas eu sentia um ressentimento delas para com os liberais presunçosos que vêm para os bairros e que AFIRMAM que todos devem pensar como eles o fazem. Os salvacionistas brancos da classe média hipster nunca tiveram que preocupar-se sobre suas famílias da mesma maneira que milhões de americanos o fazem, mas estes salvacionistas do hipster são aquela gente que está mais visível nos meios. Quanto aos pobres, são objeto de escárnio e são ridicularizados. Para muitos, o mau gosto e a breguice de Trump eram a sua própria breguice.
John Pilger escreveu recentement… :
“Para os militaristas em Washington, o verdadeiro problema com Trump é que, em seus momentos de lucidez, ele parece não querer uma guerra com a Rússia; Ele quer falar com o presidente russo, e não lutar com ele; Ele diz que quer conversar com o presidente da China.
No primeiro debate com Hillary Clinton, Trump prometeu não ser o primeiro a introduzir armas nucleares em um conflito. Ele disse: “Eu certamente não faria o primeiro ataque. Uma vez que a alternativa nuclear aconteça, acabou.
Quem sabe se Trump acredita nisso, mas tal é a natureza delirante da máquina de Clinton, e de seus conselheiros, que nunca consideraram que um ataque nuclear com a Rússia poderia causar reflexão, você sabe, assustar as pessoas. Hoje eu continuo lendo sobre o quão horrível, o que é um pesadelo, o que é uma crise, e toda essa mão retorcendo e o choque apontam para a arrogância e a húbris. Os partidários do partido democrático toleraram a manipulação das primárias, toleraram as mentiras e os crimes de Clinton e o seu belicismo. E esperavam que todos os outros o tolerassem também. Porque, você sabe, Clinton “é uma de nós”.
A única coisa que me surpreende, e talvez eu não devesse, é que a máquina de Clinton permitiu que isso acontecesse. Mas então, em certos cantos da elite financeira, a confiança estava se corroendo por seu candidato favorecido. Mas os democratas também eram arrogantes. E ineptos. Eles fizeram uma campanha terrível com um dos piores candidatos para disputarem a presidência. Então… não, não foi o sexismo ou o racismo a causa principal da derrota, foi a raiva contra o status quo. Uma raiva inarticulada, mas ainda assim raiva. O grande erro dos liberais foi pensar que Trump estava trazendo o fascismo, sem perceberem que o fascismo já estava aqui.
John Steppling é um membro fundador original do Pádua Hills Dramaturgos Festival, um destinatário do NEA duas vezes, do Rockefeller Fellow no teatro, e vencedor do PEN-Oeste para a dramaturgia. Peças produzidas em LA, NYC, SF, Louisville, e em universidades em todos os EU, bem como em Varsóvia, Lodz, Paris, Londres e Cracóvia. Ensinou roteirismo e curou a cinemateca durante cinco anos na Escola Polaca de Cinema de Lodz. Tem uma coleção de peças de teatro, Sea of Cortez & Other Plays foi publicada em 1999, e seu livro sobre estética, Resistência Estética e Dis-Interest foi publicado este ano pela Mimesis International.
Quando ouço falar nessa figura sinistra do Joaquim Barbosa – e não era a única figura sinistra no judiciário de então-, logo me lembro dos rumores de que corria, em segredo de justiça, um processo paralelo em que, dizem, eram “desovados” indícios e provas que contrariavam a tese oficial do chamado mensalão petista.
Aonde esse processo hoje? E com quem?
Aproveito: no início de maio, Janot dava a Aécio 90 dias para se explicar sobre Furnas.
Esperando Zzzzzanot, a peça.
Dileta e consciente Patrice L,
o excomungado rábula psicopata joaquim barbosinha omitiu do colegiado do STFede o Inquérito 2474 e em apenso o Laudo Técnico 2828 da Polícia Federal – os documentos citados contemplam as provas cabais da inocência dos grandes líderes José Genoino Neto [do Brasil, José Dirceu, Henrique Pizzolato, João Paulo Cunha…
O mal ajambrado segredo de justiça imposto farsescamente pelo joaquim barbosa – com a cumplicidade criminosa do “procurador” Robert(o) Gurgel – impossibilitou a absolvição de pessoas inocentes…
Portanto, Revisão Criminal da Ação Penal 470 JÁ passou da hora!
O Vídeo que ‘DESmoroLIZA’ a conduta do joaquim barbosa durante o julgamente da Ação Penal 470, vulgo Mentirão!
No protagonismo hediondo do relator da AP 470 teve início à barbárie [pseudo]jurídica que culminou com o golpe vagabundíssimo ainda ora em curso
https://www.youtube.com/watch?v=B1olh0VKbSw
Considero incrível o esforço então desenvolvido dentro do STF para encobrir fatos e inventar situações. Um ministro, o revisor Lewandowski, estava atônito porque via o que estava se passando, mas depois calava e obedecia aos imperativos do momento. Por que tudo aquilo? Foi ali, e não só depois com o Moro, que a Justiça do Brasil se acabou. Caiu aos pedaços. Se bem que o Moro de certo modo estava também já ali, através de uma ministra. Devemos considerar que o golpe de estado agora dado no Brasil tem uma história muito mais antiga e um alcance muito mais abrangente. O golpe começou a ser dado ali, e visava atingir o coração dos governos progressistas, populares e independentes da América Latina. Foi a mais extensa guerra invisível jamais travada no mundo inteiro.