Cunha manda seus sinais

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O comentarista político Kennedy Alencar registra o mesmo que, desde ontem, era possível perceber:

No Palácio do Planalto, a leitura política sobre as perguntas da defesa de Eduardo Cunha a Michel Temer foi a de que o ex-presidente da Câmara fez insinuações a respeito da conduta do presidente a fim de se posicionar publicamente para tentar negociar uma delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Nas perguntas apresentadas no processo contra Cunha que tramita sob os cuidados do juiz Sérgio Moro, o peemedebista insinua que conhece segredos de Temer.

Pode ser, mas a atitude de Sérgio Moro, ao vetar ostensivamente todas as perguntas que poderiam colocar Temer em “saia-justa”, não é sinal que a Força Tarefa da Lava Jato, ao menos até agora, estejam mirando o atual ocupante do Planalto e certamente que não com o apetite com que se voltaram para Dilma Rousseff e Lula.

Talvez a situação seja mais próxima do que diz o próprio Kennedy, no título que dá a nota no seu blog: Para Planalto, Cunha faz chantagem e busca delação.

A chantagem sobre Temer, evidente, só poderia partir do princípio de que ele tivesse alguma condição de “pagar” pelos segredos com o alívio da situação judicial do ex-presidente da Câmara e diretor do espetáculo que o levou ao posto presidencial.

Não parece que Temer reúna condições de fazer isso.

Mas os procuradores, estes têm, e cada vez mais.

E não é difícil que peçam uma “amostra grátis” a Cunha para começarem as conversas sobre delação premiada.

 

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5 respostas

  1. As perguntas foram feitas com esse propósito e também para expor a conduta seletiva do juiz Moro.

  2. Pode parecer que estou a simplificar as coisas, mas, para mim, tudo não passa de um jogo de chantagem sobre Temer e sobre o Congresso. As prisões do Cunha, do Cabral e do Garotinho servem para botar mais pressão. Ou o golpista e sua camarilha aprovam as reformas exigidas pelo sistema ou também serão chamados à “Justiça”[*] pela Lava jato.

    * – Coloco entre aspas a palavra, porque, depois de Moro e seus procuradores, todos supostamente “enviados por Deus” para nos libertarem da corrupção, já não temos parâmetros para definir o que vem a ser essa tal de Justiça em nosso país.

  3. Moro proibiu as perguntas para proteger o Temer, isso é notório. O CUnha mandou um aviso: me tira dessa ou levo todo mundo junto. Agora que apareceu essa nota do carro fretado, vai ser dificil o drácula negar que se encontrou com o Machado no aeroporto para pedir propina, como disse o delator. Até quando os broncos capiaus da vida vão acreditar nesses quadrilheiros?

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