O português e a vaquinha; o BC e a inflação

vaquinha

Quando eu era garoto, com idade apenas para ouvir “piadas de salão”, contava-se uma, bem sem graça e hoje incorreta politicamente, de um português que estava fazendo uma experiência totalmente revolucionária: ensinando uma vaca a viver sem comer. Capim, cada vez menos, até chegar ao “Capim Zero” tão ambicionado pelo zootécnico lusitano.

Mas falhou, porque a vaquinha, claro, morreu de fome, arrancando lágrimas do pobre patrício: “justo agora, que o bichinho estava quase aprendendo!”.

Como o português da piada, o presidente do banco Central. Ilan -vamos ver se eu acerto a digitação –  Goldfajn disse hoje que a “Fraqueza da economia ajuda o recuo da inflação“.

Ora, Dr. Ilan não é que a vaquinha está aprendendo a viver sem comer? Mais uns seis meses, está vivendo de brisa…

Mas o senhor fez bem em dizer, porque seus áulicos nas páginas de economia dos jornais se poupam de dizer isso: os preços não estão subindo tanto porque as pessoas não estão conseguindo comprar nada.

Ninguém fala, a não ser uns blogueiros chatos feito este aqui, que desafinou o coro dos contentes, sexta-feira, quando saudavam a queda do IPCA de novembro dizendo que  “não tem dinheiro para ter mais preço porque não tem vendas“.

Claro que é mais bonito dizer que ” a atual fraqueza da atividade econômica torna mais provável o processo de desinflação”.

Mas é mais simples falar: “ó Joaquim, a vaquinha morreu…”

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