Se fizerem uma pesquisa, mesmo entre o público mais bem informado, garanto que, nos Estados Unidos, na França ou mesmo na Itália, donde a justiça andou militando na ribalta da vida política do país, duvido que o índice de conhecimento sobre quem são os juízes de suas cortes supremas não será tão alto quanto no Brasil.
A justiça brasileira, embora já vivesse este processo desde antes, a partir do chamado Mensalão, passou a viver um processo de espetacularização que só a desqualificou e apequenou.
Embora dois personagens do STF tenham tido um papel terrível nisso, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, não há dúvidas de que foi a mídia conservadora que o promoveu, pretendendo resolver no Judiciário e em seu impacto sobre a opinião pública
O que choram em Teori Zavascki, à guisa de elogios – a sua discrição, a contenção verbal, a serenidade nos votos e tudo o mais – é o inverso do que a maioria faz naquela corte, onde falam e votam de olho nas câmeras de TV e “no que a imprensa dirá”.
Porque os julgamentos no Brasil tornaram-se, em geral, a simples homologação do que os órgãos acusadores – a mídia e o Ministério Público – afirmaram como “convicção”.
A preocupação criada com o futuro da Lava Jato diante da morte trágica de Teori é a confissão desta deformação do Judiciário.
Que alcançou o “estado da arte” com a própria Lava Jato e a transformação de Sérgio Moro no grande justiceiro do país, permitindo que praticamente tudo ficasse sob sua jurisdição.
Ou será que se esqueceram que Zavascki, por tirar dele a exclusividade de alguns inquéritos e redistribuí-los ou de avocar a sia o caso das escutas ilegais sobre Lula e Dilma foi acusado de “sabotar” o todo-poderoso Moro?
Agora mesmo, o suposto “alívio” dos políticos com a sua morte e a discussão sobre a redistribuição de seus processos é uma bofetada na imparcialidade e na honestidade dos demais integrantes da Corte.
E, admitamos, não sem boa dose de razão, pelos seus antecedentes e comportamentos.
Quando os mastins da mídia e do MP protestam contra os recursos às decisões judiciais é exatamente contra o sistema de freios e contrapesos do Judiciário que deveria fazer com que jamais uma única opinião condenatória – ou absolutória – tivesse de ser, necessariamente, confirmada por outros magistrados, para que não haja uma deformação impossível de corrigir.
E, se houver, que não seja para tornar uma decisão mais gravosa, naquilo que os operadores do Direito chamam de “reformatio in pejus”, ou seja, agravar a pena de quem busca sua minoração.
Nos velhos tempos, parece que já idos, da ideia de Justiça, era muito mais grave castigar um inocente do que deixar de castigar um culpado.
Mas agora, parece ser diferente.
Quando a Justiça depende do juiz implacável, não há Justiça, há justiceiros
11 respostas
Os fatos e desdobramentos envolvendo a morte do ministro Teori Zavascki suscitam certezas e dúvidas. Pela relevância política dos acontecimentos e do personagem-vítima envolvidos exige-se profunda investigação. E para dar inicio a ela o investigador deve, inexoravelmente, fazer a pergunta “Cui Prodest? Cui Bono?”: Quem tira proveito? Quem ganha?
Essas duas perguntas deveriam ter sido feitas também na investigação do desastre de Eduardo Campos. Pelo visto, não foram.
Concordo com quase tudo, só discordo de que, morrendo vira santo. Não esquecerei jamais que ele fez parte do golpe, ao esperar por quase 7 meses para afastar o Cunha da presidência da câmara. Só o fazendo depois de aprovado o impedimento da Dilma. E até credito que par ele, Teori, a morte veio em boa hora, pois teria que contrariar aqueles que formataram o golpe e do qual participou.
Aos familiares, que Deus os confortem.
Antonio Carlos Garcia Rodrigues · Works at CORRETOR DE CEREAIS
“Juiz é Moro..O Unico que Enfrentou a PTralhada Ladrona..O resto, não me representa…Mas, ainda falta Mr Moro entrar para a Historia, com a Prisão do Al Capone LULA……Aguardemos…”
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Então, meu caro Garcia Rodrigues, você dá mostras de que não entende “bosta nenhuma” de Justiça, de Estado Democrático de Direito e de Democracia.
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Pelo jeito, tu gostas mesmo é de puxar o saco da escória podre do DEM-PSDB-PP-PMDB que hoje está cumprindo sua tarefa prometida ao Sistema de Poder que domina os EUA, de entregar nossas riquezas às grandes corporações multinacionais.
Nelson esxta resposta já foi perguntada no teor do artigo. Os pretos selecionados para servfiçais, quando iam nas festas da senzala tinham como papeis trairem os seus companheiros ou familiares. O juiz de Curitiba é o agente ou ator da atualidade brasileira. No futuro o tribunal do povo o julgaará e o condenará à força ou ao paredão…
Qual a surpresa? Um acontecimento desse tipo já era esperado. Consumado o golpe, os golpistas começariam a arrancar a cabeça uns dos outros, numa briga sangrenta pelo poder ou queima de arquivo, como parece ter sido o caso. E assim está sendo!
Perfeito. Não perdoo os 11ministro golpistas
Acho que a Globo vai conseguir fazer o povo se conformar que realmente aquele acidente pavoroso e que provocou aquela matança pavorosa foi culpa do São Pedro. O esforço é grande. Enquanto isto no palco brasiliense os congressistas deitam e rolam comemorando o feito. Este é o Brasil que temos. E o pior é que o que a Globo fala vira verdade verdadeira. Cada povo tem a Globo que merece.
Subestimam a inteligência de boa parte do povo brasileiro, principalmente os eleitores do Lula nas últimas eleições. Os outros, prefiro não comentar.
Eu particularmente,cidadão comum ,nunca tive nenhuma ARENGA no JUDICIÁRIO,senão no do TRABALHO.Contudo um dos MEDOS que trago comigo de longa data,É MEDO DO JUDICIÁRIO.
Interessante é a nossa consciencia humana. Alguém ou os comentaristas jornalistas dos artigos publicados, já dedicaram algumas linhas para os demais passageiros mortos no acidente? Veja que os golpistas ou interessados não pouparam outras vidas, para conseguirem silenciar ou defenestrar o ministro Teori.