Bye Bye, JB! Congresso é a favor de infringentes!

E agora, Gilmar? E agora, Marco Aurélio? E agora, Fux?

Não há mais desculpas para se revogar os embargos infringentes.

Após a Constituição de 1988, ficou acertado que apenas o Congresso tem direito de mudar leis ou regimentos. Pois bem, em 1998, uma análise da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara sobre a manutenção dos embargos infringentes chegou a uma conclusão expressamente “em favor” deles.

Em mensagem presidencial ao Congresso, Fernando Henrique bem que tentou eliminar os embargos infringentes do STF, mas os deputados da Comissão de Constituição e Justiça discordaram do governo e aprovaram moções fortemente favoráveis à manutenção dos mesmos.

Os ministros que fizeram discursos violentíssimos pela revogação dos embargo terão que rever, portanto, suas posições após esta revelação, visto que a Constituição de 88 garante a soberania do Congresso na formulação de leis e regimentos.

O Jornal O Globo, que faz campanha contra os embargos, dessa vez não teve como ocultar uma informação que explodiria do mesmo jeito, a qualquer momento, num jornal concorrente ou na blogosfera.

Abaixo, a matéria do Globo:

Em 1998, Congresso decidiu manter embargo infringente

Proposto por FH, artigo foi rejeitado na CCJ da Câmara e acabou não incluído na Lei 8.038

PAULO CELSO PEREIRA, GLOBO
Atualizado: 13/09/13 – 22h45

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados manteve, deliberadamente, a possibilidade de apresentação de embargos infringentes nos julgamentos do Supremo Tribunal Federal. O GLOBO encontrou nos documentos de tramitação da mensagem presidencial número 43, de 1998, a análise da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara sobre a manutenção dos embargos e a opção dos parlamentares foi expressa a favor desse último recurso.

O debate foi suscitado pela chegada do texto do presidente Fernando Henrique Cardoso que propunha a extinção dos embargos. Em seu artigo 7º, a mensagem presidencial acrescentava um novo artigo à lei 8.038, de 1990. O texto sugerido pelo governo era claro: “Art 43. Não cabem embargos infringentes contra decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal”.

No entanto, ao longo da tramitação da mensagem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o então deputado Jarbas Lima, hoje professor de direito constitucional da PUC do Rio Grande do Sul, apresentou um voto em separado pedindo a supressão do trecho que previa o fim dos embargos. E argumentou:

— A possibilidade de embargos infringentes contra decisão não unânime do plenário do STF constitui importante canal para a reafirmação ou modificação do entendimento sobre temas constitucionais, além dos demais para os quais esse recurso é previsto. Perceba-se que, de acordo com o Regimento Interno da Suprema Corte (artigo 333, par. único), são necessários no mínimo quatro votos divergentes para viabilizar os embargos — explicita o voto do deputado.

Lima ainda defende a necessidade de manutenção dos embargos justamente pelo fato que hoje tanto anima os condenados do mensalão: a possibilidade de uma nova composição do tribunal levar à revisão de condenações:

— Se a controvérsia estabelecida tem tamanho vulto, é relevante que se oportunize novo julgamento para a rediscussão do tema e a fixação de um entendimento definitivo, que depois dificilmente chegará a ser revisto. Eventual alteração na composição do Supremo Tribunal no interregno poderá influir no afinal verificado, que também poderá ser modificado por argumentos ainda não considerados ou até por circunstâncias conjunturais relevantes que se tenham feito sentir entre os dois momentos. Não se afigura oportuno fechar a última porta para o debate judiciário de assuntos da mais alta relevância para a vida nacional — diz.

Apesar de o deputado Djalma de Almeida Cesar, que era o relator da matéria, ter defendido em seu primeiro voto a extinção dos embargos, conforme proposto por FHC, ele muda de posição ao longo da discussão e, no voto final, que acaba se transformando em lei, recebe a sugestão de Jarbas Lima e suprime o trecho que punha fim aos embargos. Na avaliação do doutor em direito Constitucional pela PUC-SP Erick Wilson Pereira, a existência desse debate dentro do Congresso dará novo argumento para os defensores dos embargos:

— Você deve levar em consideração qual foi a vontade do legislador. Quando o plano da expressão não consta em determinado texto normativo, no conteúdo você pode levar em consideração o que o legislador debateu. Esse fato não foi debatido em nenhum instante. Se tivessem ciência disso, pode ter certeza que os defensores teriam levantado isso. É um fato novo — explica.

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19 respostas

  1. #JBCHICANA mais conhecido como #$BJMIAMI ainda tem algum argumento? E o #gilmardovalerioduto tem argumentos? Assinantes de InVeja tremei.

    1. Pelo que entendi, é LEI os EMBARGOS INFRINGENTES, sendo assim os votos contrários no processo mentirão serão anulados, ficando prevalecendo os votos favoráveis ao Dirceu e companheiros,
      a votação é anulada. restando agora marcar novo julgamentos de algumas questões como formação de quadrilha, que todos sabem, não aconteceu, dinheiro é visanet, não é dinheiro público.
      Não se perca o DARF Meu voto é jaleco branco, muitas outras emoções ainda vão acontecer.
      Viva Lula/Dilma

  2. Os embargos infringentes são legais e Celso de Mello já deu sua opinião sobre isso. A manobra do Joaquim Barbosa foi suja e indigna, como é indigna sua performance na presidência da Corte. É fundamental rever o julgamento pois ele tem muito mais caráter político do que técnico.

  3. Estranho a globo só divulgar isso agora… não tinha conhecimento antes? Acho difícil.

    Agora que viu que vai perder mesmo, divulga uma matéria reforçando a aceitação dos embargos, pra parecer que é imparcial. Bem de praxe da globo.

  4. ATENÇÃO! ATENÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Na época adivinha quem era o titular da Subchefia para Assuntos Juridicos (SAJ/PR)da Casa Civil do FHC?? Ele o todo poderoso Gilmar Mendes, ou seja , o sr Gilmar sabe desde 1998 que os Embargos Infringentes são legítimos, não há como um projeto de lei ser enviado para o congresso sem antes passar pela SAJ/PR. Então em 1998 o “jovem causídico” sabia que os Embargos eram legítimos e agora o “maduro juiz da suprema corte” faz de conta que o assunto é novidade no meio jurídico. Alguém saberia definir oque é casuísmo???

  5. “— Você deve levar em consideração qual foi a vontade do legislador.”
    E agora a Min Carmen Lucia vai rever o voto????

  6. Se a lei é igual para todos. Se ser ministro do Supremo é ” Top de conhecimento”,não entendo porque dá empate. Ou todos seria contra ou todos seriam a favor. Começo a perceber que esse julgamento é político. Tenho visto, colocarem na mídia, os quatro ministros que votaram a favor e o nome do PT. Tendencioso, porque o PT nada tem com isso. Outra coisa: Porque não puseram também que o Joaquim Barbosa foi indicado por Lula e que o Luiz Fux foi indicado pela Dilma. O Brasil vai muito bem é só olhar o mundo como está. A elite não se conforma. Antigamente corrupção, embaixo do tapete. Hoje não !….

  7. Gostaria de entender por que FHC e Gilmau queriam, naquela época, suprimir os embargos infrigentes no STF. Grande mistério.

  8. Copiando e colando:
    Cláudio, desde que haja provas que atestem a culpa e não, um arremedo de teoria que se baseia em “não ser crível”

  9. Qual credibilidade? A de J. Barbosa, cujo filho trabalha com Luciano Huck, cujo pai será julgado por Barbosa? Ou a de Gilmar Mentes, exemplo da agilidade do Judiciário ao dar dois habeas corpus para o Al Capone brasileiro?

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