Reproduzo, por se tratar de algo que ofende o bom senso das pessoas honradas, o artigo de Helena Chagas, agora há pouco, n’Os Divergentes:
Ou bem o ministro Sérgio Moro pede desculpas – “escusas”, como costuma dizer – pelo conteúdo de conversas ofensivas com pessoal da Lava Jato, como fez no caso dos “tontos” do MBL, ou diz que elas foram adulteradas e não valem nada. As duas coisas não dá. Estão cada vez menos convincentes os argumentos do ex-juiz de que as mensagens hackeadas podem não ser verdadeiras, mas que, se forem, não mostrariam “nada demais” em seu conteúdo.
A entrada de outros veículos de comunicação na divulgação das conversas obtidas pelo The Intercept, como o Blog do Reinaldo Azevedo, na BandNews, e a Folha de S.Paulo, deu força ao escândalo, que havia começado a esfriar com a ida de Moro à CCJ do Senado.
Foi uma trégua curta, pois no fim de semana a Folha trouxe, junto com novos diálogos mostrando a proximidade do então juiz com o procurador Deltan Dallagnol, quase uma confirmação da autenticidade do material. A Folha informou não ter identificado nele qualquer traço de adulteração e confirmou ter encontrado íntegras, em meio ao conteúdo recebido, mensagens trocadas por seus próprios repórteres com integrantes da Lava Jato na época.
Esses arranhões na narrativa de Moro – que, no mínimo, vai ter que se decidir entre contestar a veracidade do material ou dizer que ele não coloca em risco sua imparcialidade – podem explicar sua decisão de não comparecer, nesta quarta-feira, à CCJ da Câmara, conforme havia prometido, e ainda viajar aos Estados Unidos.
Sair de cena pode ser uma alternativa para quem sabe que novas conversas virão à tona e, sobretudo, para quem quer aparentar distância da Segunda Turma do STF, que amanhã pode decidir se concede o habeas corpus pedido pela defesa de Lula – ou adiar a decisão, como parece provável.
Moro sabe que, em nenhuma hipótese, o voto de Minerva do decano Celso de Mello virá no sentido de anular a condenação ao ex-presidente e desmontar a Lava Jato. Mas não existe a mesma certeza em relação a uma possível decisão de ofício de libertar o ex-presidente, ou mesmo passar sua prisão para o regime domiciliar, até que seja esclarecida a autenticidade das mensagens e avaliado se elas comprometem a imparcialidade do ex-juiz.
Ainda que o julgamento venha a ser adiado para agosto ou depois, dando ao STJ a chance de, antes disso, dar ao ex-presidente um regime aberto em função da redução de sua pena, Moro e a torcida do Flamengo sabem que trata-se de uma questão de tempo. O caso Vaza-Jato abriu um flanco na operação mãe e arranhou seus protagonistas de forma irreversível.
10 respostas
De qualquer forma, Moro está irremediavelmente desmorolizado.
Ainda que insista que alguma parte dos diálogos pode ter sido adulterada, não nega de forma convicta a essência do que conversou com Dallagnol. E, apesar dele negar, qualquer um percebe que seu objetivo ao interferir nas investigações era para embasar a condenação que daria de qualquer forma. Quem nega isso sabe que mente.
A sabedoria de Lula decifrou essa trama bem antes das divulgações do Intercept; Lula utilizou na realidade a sabedora popular: quando se diz uma mentira grave certamente terão que ser ditas muitas outras na sequência para justificar a anterior ou anteriores. O juiz e os procuradores mentiram desde sempre na OLJ e o fizeram porque a causa raiz está na mentira original tirada de uma manchete de jornal, sem fundamento, sem provas, sem crime. Certamente fazia parte do enredo que foi tramado desde 2013 nas manifestações contra Dilma e culminaram com o golpe parlamentar midiático de 2016 e se estenderam em 2018 à prisão de Lula pelas acusações forjadas pela mídia, parte do judiciário, golpistas, igrejas neopentecostais, organizações de extrema direita e por ai vai. O que essa turma toda não contava é que apareceriam as divulgações das tramas pelo Intercept. A desmoralização de todos está escancarada. Só o STF ainda não percebeu ( ou não quer).
Boa análise. só faria uma observação: não é que o STF não percebeu ou não quer perceber a desmoralização da OLJ, o STF faz parte da OLJ e da desmoralização. Tem bala de prata ainda contra gente do STF que ainda não apareceu na montanha do TIB que pariu só um rato por enquanto. Mas sabemos que ratos se escondem em bando.
O discurso subliminar da maioria dos jornalistas ditos progressistas é no sentido de manutenção, de respeito a uma operação montada, de sua ideia inicial até as últimas consequências, com a finalidade de desmontar o arcabouço institucional do Brasil e conduzi-lo a uma condição de colônia do império do terror, sem soberania, sem defesa, sem leis. É lastimável ver pessoas que se têm por sérias defendendo uma monstruosidade imposta por estrangeiros e erigida em território nacional por criminosos togados, policiais canalhas, a ponto de usarem a figura de uma presidente da república como alvo de tiro e uma mídia podre e irresponsável. Quem disse que há necessidade desse tipo de excrescência para combater a corrupção, quando há um conjunto de leis construído para esse fim? Por que o medo de melindrar milicos, políticos, evangélicos e o que mais seja, reafirmando a “necessidade”, a “importância” da manutenção dessa cabeça de ponte do império decadente dentro do Brasil? Chega dessa palhaçada de endeusar essa imundície, essa coisa torpe, canalha, criminosa chamada lava jato! Chega de afagar a cabeça dos delinquentes e dos amantes dessa canalhice! O Brasil não precisa, nunca necessitou de lava jato, O Brasil se ressente, sim, da ausência de respeito pela Constituição, pelo abandono do povo, pela manutenção de um contrato espúrio entre governo e bancos, que gera uma dívida inexistente, fraudulenta, que sangra um país gigante, riquíssimo, que merece um outro rumo. Há muitas coisas que passam longe da corrupção, até porque o Brasil está distante de ser o país mais corrupto. O Presidente Lula, hoje submetido ao cárcere, mesmo que em sala especial e com aparato diferenciado, sabe agora o que é estar preso e ter quase todos os direitos desrespeitados; ele conhece hoje a dor de milhares de brasileiros, muitos sem processo, recolhidos às masmorras deste país, sem voz e quase sem ter quem fale por eles. Isto sim merece uma OPERAÇÃO VERGONHA NA CARA. E isto é só um aspecto dentre muitos. Basta desse afagar cretino, serviçal, covarde a uma coisa feita por gente inescrupulosa, que destruiu este país. Chega de lava jato.
Tenho dito isto desde o início das informações prestadas por Glenn Greenwald, o alvo não deve ser o rábula de Curitiba, mas a República de Curitiba inteira e seu aparato regimental apelidado “Lava Jato”. Senão, apenas assistiremos a agonia longa de um já moribundo integrante e sua posterior substituição por alguém mais competente, que leve a cabo de maneira mais eficaz o projeto de poder acordado com os donos do poder. À Lava Jato, o destino que merece, o mesmo da Castelo de Areia e da Satyagraha.
A pergunta que faço à nossa justiça é a seguinte: Por que quando o julgamento é contra Lula passa tranquilamente por muitos processos e quando pode favorecê-lo entra numa fila interminável?
Um pouco de cultura, direto de Cecília Meireles: “Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares”.
Nesse pedido de escusas ele se enrolou mais, pois, colocou-se como membro da força tarefa da lava jato agradecendo o apoio dos pulhas nesses 5 anos. (ouvi agora o reinaldo azevedo, boa sacada).
O marreco foi aos Isteites para receber novas instruções do dono da colônia.
É um escarnio, o malandro não comparece ao CCJ e ainda viaja para os EUA, deve ter ido na CIA.