Os números da nova pesquisa Datafolha, revelados hoje, mostram que Guilherme Boulos é, definitivamente, a opção de voto no campo progressista em São Paulo e que, com o inevitável deslocamento para ele dos votos simpáticos ao PT, que teima na precária candidatura de Jilmar Tatto e no incompreensível posicionamento de Orlando Silva no PCdoB.
Não acredito que o tempo de televisão dos candidatos na TV aberta, vá fazer muita diferença, como já não fez em 2018, para Bolsonaro.
O processo político é mais importante.
Em São Paulo, a liderança de Celso Russomano, como de diversas vezes antes, tende a minguar, mas o altíssimo índice de rejeição a ele e a Bruno Covas sinaliza a existência de espaço para o surgimento de uma candidatura “nova” – Márcio França, do PSB, é alckimista demais para isso.
Guilherme Boulos faz uma excelente trabalho de comunicação com os jovens e ainda é totalmente desconhecido por naca menos que 46% dos eleitores, o que projeta um potencial de dobra de seus atuais 12% dos votos, contra 21% de Covas e 27% de Russomano.
Repare-se que, na escolha espontânea, Boulos empata com Covas em 10%, em primeiro lugar.
No Rio, começa a ser desenhado um segundo turno entre Eduardo Paes e outro candidato que não será Marcello Crivella que, com minguados 14% das intenções de voto e nada menos que 59% de rejeição, não mostra magnetismo capaz de atrair a direita.
Sem Crivella ameaçando vencer, Paes perde votos. Explica-se: ele se beneficia de uma “intenção de voto útil” à medida em que é visto como o candidato capaz de derrotar o atual prefeito. Num cenário sem Crivella ( e certamente num com uma Crivella sem chances) Paes perde 2% dos 30% do que com segue com a impressão de que é entre os dois o embate.
Sem este risco, é possível que Martha Rocha, do PDT (10% e 12% em casa cenário) e Benedita da Silva (8% e 10%, em cada um) podem alimentar esperanças de um segundo turno com o ex-prefeito, que os tenta robustos 30% de rejeição e vai enfrentar, a partir de amanhã, uma campanha do “roto falando do esfarrapado” com Crivella, em matéria de acusações e processos judiciais.
É cedo para imaginar quem pode aparecer quem aparecerá como adversário de Eduardo Paes, mas é tarde para lamentar que Marcelo Freixo e o PSOL não tenham tido a ousadia de apresentarem uma alternativa ao eleitor carioca que, já demonstram as primeiras pesquisas, terisa tudo para disputar palmo a palmo a eleição.