Pompeo dá o “obrigado, esparro” ao Brasil por enfraquecer Brics

Finalmente Jair Bolsonaro deve ter tido hoje um minuto de felicidade, com o tweet de Mike Pompeo, no seu último dia como Secretário de Estado do governo norte-americano.

Lembra do BRICS? Bem, graças a @jairbolsonaro e @narendramodi, o B e o I entenderam que o C e o R são ameaças aos seus povos.

Ou seja: Brasil e Índia “detonaram” o bloco comercial que podia começar a fazer frente ao controle norte-americano sobre o comércio mundial.

Na diplomacia equina que anda em moda também por aqui, Pompeo dá um coice em chineses e russos usando Brasil e Índia como suas patas.

“Grande negócio” para o Brasil, que tem na China o seu maior parceiro comercial (e a coisa não é muito diferente na Índia) e que está pendurado na necessidade de importar matéria prima para as vacina anti-Covid de lá.

Aliás, também passamos a perna nos indianos, deixando de apoia a proposta da Índia para a quebra de patentes das vacinas, atendendo aos desejos de Donald Trump.

É a cereja no bolo de uma relação sabuja a que Jair Bolsonaro levou nosso país, e sem nada em troca, porque nem mesmo vantagens comerciais tivemos com os Estados Unidos em troca de nos tornarmos seus agentes de demolição dos Brics.

Demolição, porque os Brics, exceção feita à Africa do Sul, poderiam estar saindo deste crise da pandemia juntos, por reunirem quatro grandes produtores de vacina – e estendendo a mão aos países pobres de todo o mundo, que estão implorando por vacinas escassas, compradas a peso de ouro pelos países desenvolvidos.

Olavistas e hamburgueiros destruíram quase 50 anos de uma contrusção diplomática que o Brasil inaugurou ainda no governo Geisel com o fim do alinhamento automático aos EUA e a prospecção das melhores possibilidades de inserção política internacional de nosso país.

Não há título melhor para o tweet de Pompeo do que o nome do grupo humorístico “Obrigado Esparro”, que ficou conhecido por seus livros para adolescentes nos anos 90.

 

 

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