O comentarista Otávio Guedes, da Globonews, publica hoje em seu blog que, antes de deixar o Senado, o governador cassado Wilson Witzel disse a senadores da CPI que o “dono” dos hospitais federais no Rio de Janeiro – expressão que usou em seu depoimento – era Flávio Bolsonaro.
Para quem acompanha o setor de Saúde, no Rio de Janeiro, não é surpresa.
Desde o início do governo de seu pai, Flávio teceu uma rede de nomeações que permitiriam a ele indicar pessoas com postos chave sobre a administração dos hospitais, a começar por Marcelo Lamberti, diretor de programas do MS e Jonas Roza, coordenador geral do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde e, logo a seguir, superintendente do órgão no Rio de Janeiro, ainda na gestão Mandetta.
Outra médica de suas relações, ex-diretora do Hospital Geral de Bonsucesso, Cristiane Rose Jourdan Gomes – foi nomeada para a Anvisa.
Flávio perdeu parte do poder quando Pazuello afastou Roza da superintendência, para colocar um coronel de sua confiança, Geraldo Divério. Agora, com Queiroga, Marcelo Queiroga colocou Marcelo Lamberti no posto.
A coisa é tão escandalosa que, em agosto de 2019, o jornal O Globo publica que “Chanceladas por Flávio Bolsonaro, trocas em hospitais federais no Rio geram controvérsia“, descrevendo as mudanças feitas nos hospitais do Andaraí e de Bonsucesso.
Há muitos caminhos para investigar a ingerência de Flávio na direção e na administração e contratação de serviços nos oito hospitais federais do Rio. E a CPI tem todos os meios de ver porque a saúde em mueu Estado pode estar “rachadinha”.