Os recortes por renda, religião e nível de educação da pesquisa do Ipec – o antigo Ibope – mostram um previsível, mas revoltante, resultado.
O melhor resultado, ainda que minoritário, do tosco, primário, ignorante e tenebroso Jair Bolsonaro em preferência eleitoral se dá justamente entre os brasileiros de melhor nível de educação formal.
Formal, porque apenas um grau escolar, jamais uma a compreensão de mundo, nunca um dever de propagar humanidade e conhecimento , em tempo algum um dever de propagar o conhecimento que teve o privilégio de receber da coletividade o privilégio da educação.
É inacreditável que gente simples, que não tem as ferramentas que eles têm, que mal são capazes de grafar o próprio nome, têm a dignidade de serem fiéis à sua condição humana e repelem Bolsonaro por ampla maioria.
E os que tem a escada da educação para alcançar os valores da humanidade, agarram-se ao fundo do poço da desumanidade, do massacre dos mais humildes, ao ódio aos que não correspondem a seu padrão do que é gente, o que pobres e outros excluídos, para eles, não são “tão humanos assim”.
Educarmo-nos, seja numa universidade pública ou privada – porque subsidiadas por recursos públicos – graças a um investimento de toda a sociedade.
Um pedacinho dos diplomas, vários minutos de nossas aulas, um grande pedaço dos nossos saberes, devemos às costas suadas costas de que ajudou a manter a educação do Brasil.
Ou será que aprendemos apenas a desprezar quem sustenta este país.
Vocês, tão ciosos de seu grau educacional, entendam que não aprenderam nada se não compreenderam que é o povo brasileiro que os formou.
É dele, e não de cada um dos que podem sacudir um canudo universitário, o mérito de seu mérito pessoal.
Dá vergonha dizer que vocês são mais ignorantes que o mais ignorante dos brasileiros que, na sua exclusão da escola, não para de sonhar com um país educado para ser um país humano.