Pesquisa CNT: Bolsonaro, mal; Lula, quase lá; 3ª via, na poeira

Os resultados da pesquisa da CNT só confirmam o quadro que, ontem, desenhou-se aqui.

Bolsonaro em queda, Lula em alta e os candidatos a serem a tal “3ª via” comendo poeira.

Os 41,3% alcançados por Lula o deixam a um passo de uma vitória em primeiro turno: são 49,52% dos votos válidos, sem indecisos e nulos.

Bolsonaro fica com 26,6%, bem perto do que lhe apontou o Datafolha.

E com um viés forte de queda: sua reprovação passou de 51% em fevereiro para 63% em julho, maior taxa desde o início do seu governo. E o número dos que dizem que não votam nele nem nenhuma hipótese alcança 62%.

Mas há um fato interessante: a queda de avaliação de seu governo se deu entre os que achavam-no bom ou razoável e seus incondicionais, que o classificam como “ótimo” manteve-se estável, com variação positiva de décimos (10,6 para 10,8%).

Seu núcleo está intacto, quase, e ele tem mais que o suficiente para seguir imbatível na direita.

Os pretendentes a “3ª via” saem-se mal, muito mal, embora haja “ganchos para a autoilusão.

Explico: Ciro Gomes e Sergio Moro – ainda incluído na pesquisa, sabe-se lá por que razão – ficam com 5,9% das intenções de voto, cada. Dória (2,1%) e Mandetta (1,8%) não têm números para serem considerados possibilidades.

A pesquisa diz que 40,3% dos brasileiros entrevistados acha que o mais importante em 2022 é que “Lula ganhe as eleições e volte a ser presidente”, 15 pontos acima dos que pensam que essencial é que “Jair Bolsonaro ganhe as eleições e continue por mais 4 anos”.

A autoilusão de que falei se explica facilmento no fato de que, dos 30% que dizem preferir um candidato que não seja ligado a Jair Bolsonaro nem a Lula, apenas a metade (15,7%) se decide por oum dos outros candidatos colocados. E a razão é clara: nesta opção estão nulos, absenteístas e dente que têm também resistências aos nomes ditos alternativos.

Neste momento, ainda que seja legítimo apresentarem-se candidatos os que forem indicados por seus partidos, a “3ª via” só representa uma esperança para Jair Bolsonaro: a de que possam impedir Lula de vencer em primeiro turno, com grande diferença, e inviabilize o apelo ao medo e ao golpismo para dar sobrevida a um “Mito” que se desfez.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *