Monica Bergamo, na Folha, anuncia que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o cometimento de prevaricação por Jair Bolsonaro, ao não tomar providências diante da denúncia feita a ele pelo servidor Luís Ricardo Miranda e pelo deputado Luís Miranda, sobre irregularidades na compra das vacinas indianas Covaxin.
Na prática, Jari Bolsonaro agora é um investigado.
A cadeia de responsabilização, que começou com a notícia crime enviada ao Supremo Tribunal Federal pelos senadores Randolfe Rodrigues, Fabiano Contarato e Jorge Kajuru, a qual, apesar da relutância inicial da Procuradoria Geral da República, diante da firmeza da decisão firme da ministra Rosa Weber, que rejeitou a tentativa de “deixar para depois da CPI” a decisão de investigar o caso.
Agora, é inevitável que os irmãos Miranda sejam chamados a descrever o episódio de sua conversa com o presidente e que este apresente sua versão em depoimento à PF.
Se existir, é possível que o áudio que os Miranda sugerem ter gravado da conversa seja requisitado como prova, tal como, na reunião de baixarias do Ministério que ficou famosa, foi requisitado o vídeo e, com a liberação de seu conteúdo pelo então ministro Celso de Mello, escancarou ao país o nível com que Jair Bolsonaro se comporta.
Sem o áudio, parece improvável que haja provas suficiente para uma apresentação de denúncia pela PGR e muito menos para que a Câmara autorize a abertura de um processo que implicaria afastá-lo da Presidência.
A hora da verdade está chegando.