A metamorfose de Emanuela

A diretora da Precisa, ontem à noite trêmula, gaguejante e, segundo ela própria, sem condições psicológicas de sequer dizer que era empregada da companhia, sofreu, depois de uma única noite, uma completa metamorfose: agora ela é positiva, firme, ousada a ponto de pedir acareações, segura nas respostas e confrontando os senadores.

Excetuado o caso de alguma poção possa ter este efeito, ou que seus advogados recebam algum título de doutores honoris causa em psicologia, é inevitável a conclusão de que Emanuela Medrades estava, ontem, protagonizando uma pantomima: a da pobre mulher que ia ser submetida a um pelotão de fuzilamento senatorial, no qual homens brutos e violentos tentaria coagi-la a depor, mesmo com as garantias do habeas corpus que tinha.

A reafirmação dada por Luiz Fux de que o silêncio não poderia se estender àquilo que não auto-incriminasse a depoente, desmontou o circo.

E hoje apareceu a verdadeira Emanoela: desafiadora, atilada, sabendo tudo sobre negócios e sustentando uma história incrível de que a empresa “deu um Google” e mandou-a passar 60 dias na Índia, com um comitiva que tinha até um ‘concierge’, algo tipo um mordomo, um certo sr. Barão, dono de uma empresa de turismo.

Antes aparentava ser controlada pelos advogados. Agora nem olha ou fala com eles.

Um espetáculo cinematográfico.

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