A “alegoria” do revólver é constante no bolsonarismo.
Começou com o “faz arminha”, polegar e indicador a simular um revólver, passou por um tripé de câmera simulando a arma com que se metralharia os “petralhas”, depois número do “Aliança 38” que foi o “partido Viúva Porcina” no qual Jair Bolsonaro seria o imperador e muitas, muitas, “esculturas” feitas com cartuchos de bala detonados, vários deles, provavelmente, para ferir e matar pessoas.
Agora, deixa de ser metáfora e passa a ser mostrado, como aconteceu ontem em Vitória (ES), como “abre alas” de demonstrações bolsonaristas.
De “abre alas” a “fecha urnas” é – e o atual presidente o avisa – só um pequeno passo, mas o suficiente para nos fazer despencar num abismo tenebroso.
Os nossos militares, sempre tão preocupados com “interferências estrangeiras” sobre o Brasil fingem não ver que Bolsonaro executa, detalhe por detalhe, o frustrado -até agora – o roteiro usado por Donald Trump, o de transformar conservadores em alucinados armados, para os quais entrega a primazia das armas e o perigo de levar o país a uma ditadura fundamentalista.
Mas o poder civil, Judiciário e Legislativo, não pode fechar os olhos para isso, porque o apelo às armas não tem a ver com usá-las “se um ladrão entrar lá em casa”. É a nítida preparação de um golpe de Estado, feita pública e explícitamente pelo presidente da República e por ele conduzida com o objetivo confessado de impedir a eleição de Lula.
O desagrado de políticos e juízes com Lula é justificativa para serem tolerantes ao golpismo? Já não basta ver o que nos gerou a histeria ‘morista’?
Não é possível separar as relações “normais” entre poderes de algo tão grave como a sua rópria derrubada. Ou alguém acha que um governo capaz de suspender eleições não é capaz de fechar o Parlamento – aliás, que parlamento, se não houver eleição? – e intervir nos tribunais.
Será que é preciso “diálogo” ou o necessário é um “não tem nem conversa”?