O reverendo é uma farsa

Inacreditável. Até este momento, não há, em todos os sentidos, outra palavra para definir a performance – não é possível chamar de depoimento – do tal Reverendo Amilton de Paula na CPI da Covid.

Em resumo: do nada, aparece o cabo da PM Luiz Paulo Dominghetti, pede ajuda para oferecer 400 milhões de doses de vacinas Astrazêneca , ele resolve ajudar, procura no Google como entrar em contato com o Ministério da Saúde, envia um e-mail (ao meio-dia) pedindo uma reunião com o Diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz e a consegue. E para o mesmo dia, às 16:30. Dias depois, sem apresentarem coisa alguma, conseguem uma reunião com o Secretário Executivo do Ministério, coronel Élcio Franco.

Ele não sabe de nada, não desconfiou de nada, conhece todo mundo “na hora”, não teve patrocínio e diz que haveria doações para sua ONG, mas não tem ideia de quanto nem como. E acha normal o preço de uma vacina, em 10 dias, passar de US$ 3,5 por dose para US$ 12, na base do “pegar ou largar”.

É evidente que Amilton está mentindo para acobertar a rede de acessos políticos que lhe permitiu meter-se na picaretagem. Ele nega proximidade com políticos e nem se lembra de ter se encontrado com eles e posado para fotos.

Daqui a pouco, as fotos com Flávio Bolsonaro serão exibidas. Certamente, só uma “social”.

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