Picaretagem despudorada e o silêncio que condena

Enquanto o tal Reverendo Amilton de Paula mente de maneira escandalosa – com direito a lágrimas ensaiadas – na CPI da Covid, outro depoimento complica a vida de Jair Bolsonaro.

O funcionário Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde e irmão do deputado Luís Miranda confirmou em depoimento à Polícia Federal que levou ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro as informações sobre irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

E confirmou, também, que foi pressionado por três dirigentes do Ministério -” Alex Lial Marinho, então coordenador-geral da área de logística, de Roberto Ferreira Dias, então diretor do departamento de logística, e de uma pessoa que se identificava como “Coronel Pires”, que seria assessor da secretaria-executiva do ministério”, segundo informa O Globo.

Bolsonaro teria lido documentos, feito anotações e disse que iria acionar a Polícia Federal, o que nunca aconteceu.

A história da Davati é picaretagem de baixa extração, que não parece ter repercussão além da gula de dirigentes do Ministério da Saúde. A da Covaxin, não.

A (ir)responsabilidade diante de uma compra que, de tão escandalosa, teve de ser suspensa e depois cancelada.

Está mais que claro que será preciso pedir o depoimento presidencial, para que ele faça o que não fez até agora, mais de um mês depois da denúncia: se ela existe e se tomou providências.

A demora, portanto, serve como resposta.

 

 

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