A política de tirar o sofá da sala

Dentro da mais pura filosofia do “as coisas não acontecem se eu não as estiver vendo” a XP Investimentos resolveu, segundo informa Lauro Jardim, mudar a forma da pesquisa eleitoral que, há tempos, divulga com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), e deixar de assiná-la, formalmente, embora continue bancando a sua contratação.

O motivo é que a sólida liderança de Lula nos levantamentos que faz – e que todos os institutos de pesquisa registram – estaria desagradando clientes da financeira, bolsonaristas até a medula. E não só ele: segundo o jornalista Bruno Constantino, sócio e diretor financeiro da XP também teria “estrilado”. Tomara que o desagraddo do patrão não influa na lisura da pesquisa, que era´uma nova edição a qualquer momento.

Embora isso seja – não há outra palavra – o tipo de burrice que se fundou a expressão “tirar o sofá da sala” para não ver as estripulias dos namorados, não é atitude tão rara assim.

Hoje, numa entrevista do tipo “você me elogia que eu te elogio”, dois pré-candidatos, Ciro Gomes e José Luiz Datena, falaram de um “complô” para mantê-los lá embaixo nas pesquisas.

Ciro diz que Lula e Bolsonaro trabalham para esvaziá-los. Bolsonaro nem fala em Ciro e Lula, quando fala, é para responder, até com suavidade, os “coices” que leva do ex-governador.

Datena, demonstrando que sua visão da política ainda não deixou o mundo empresarial, disse que ” já é candidato pelo partido “que tem o maior fundo eleitoral” e que deveria aparecer “em todas as pesquisas”. E tem aparecido em diversas mas, sinceramente, alguém pode cravar que ele não se candidatará a outro cargo ou mesmo que vá desistir, como já fez?

E a cegueira se completa com a pesquisa Datafolha, que liberou hoje os dados de para onde vão os votos dos demais candidatos, se houver um segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

No caso de Ciro, a imensa maioria vai para o petista e mesmo com os que escolhem os tucanos João Dória e Eduardo leite, a parcela que escolhe o ex-presidente é quase o dobro da que opta por Bolsonaro.

Um modesto conselho aos candidatos: não briguem com as escolhas de seus próprios eleitores, porque eles podem deixar de escolher vocês.

 

 

 

 

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