Num governo democrático, o general Augusto Heleno estaria demissionário, depois do vazamento – publicado por Guilherme Amado, no Metrópoles – de suas declarações sobre o Supremo Tribunal Federal dizendo que este está “”tentando esticar a corda até arrebentar” e que tem de “tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”.
Não é uma opinião privada do general, dita em um círculo íntimo. É o que ele diz a agentes da Abin, servidores públicos com responsabilidades imensas, na na formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência, para agentes da Agência encarregada do serviço de informações da Presidência.
Portanto, uma manifestação do chefe a subordinados onde se acusa outro poder da República de usurpação.
E se isso, de fato, acontece, acontece por omissão ou alopramento do Executivo, que se omite, sobretudo na questão da pandemia, de determinar as ações necessárias para a proteção da sociedade.
Heleno, porém, é pessoa sem qualquer autoridade moral para reclamar de atitudes de autoridades que não respeitam os limites do cargo que ocupa.
Com seu ar aparvalhado, seus socos nas mesas -talvez por conta dos Lexotan – vai a palanques, canta sambinhas irônicos (“se gritar pega Centrão…) e não cuida, como se vê, daquilo que diz.
Se o general está bufando, que bufe em casa, onde deveria estar a esta altura, se não consegue mais dominar a língua, algo absolutamente necessário a quem tem a missão de chefiar a área de Inteligência e prover segurança ao primeiro mandatário do país.
Ou, do contrário, mude o nome do Ministério de Segurança Institucional para o de Insegurança Institucional.
Porque, a esta altura, o melhor que podem os integrantes do Supremo de seu desempenho achar de seu desempenho é que Heleno está senil.