O gráfico da capa do NY Times deveria ser apavorante pelo número de novos casos de Covid que mostra: uma média de mais de um milhão por dia nos últimos 14 dias´, pela primeira vez tão alta nestes dois anos de pandemia da Covid-19.
Mas ele, infelizmente, camufla um dado pior: o de que o número de novas infecções no mundo, hoje, já beira os 2 milhões diários. 1,8 milhão, para ser mais preciso, ainda faltando dados de alguns países e com um resultado parcial, apenas, do país que mais ocorrências tem, os Estados Unidos, responsável por mas de meio milhão de casos confirmados apenas nesta quinta-feira. Também é o recorde de toda a pandemia quebrado, o que repete ontem e anteontem.
Aqui, quase silêncio, ao ponto do médico Miguel Nicolelis dizer que fica escandalizado de entrar nos maiores portais de notícias brasileiros “nenhum artigo, nenhuma manchete, nenhuma palavra sobre os recordes de casos de Covid-19 nos EUA e na Europa! ”
Mesmo que não mate tanto quando as variantes anteriores, a Ômicron leva entre 6 mil e 7 mil seres humanos a cada 24 horas.
Aqui, a reboque das festas lucrativas de Ano Novo. passou a imperar, como no início da própria pandemia um “Não Olhe Para Fora“, como se adiantasse algo fingir que o problema não existe.
Não importa que os indicadores no Brasil ainda estejam baixos (e mais de 100 mortes por dia não é baixo) e que estejam subindo (+111% de casos hoje, comparados aos de duas semanas atrás), vamos correr riscos para agradas turistas e bobos com 15 minutos de fogos em Copacabana que, felizmente, o mau tempo que faz no Rio vai ajudar a não ser um desastre completo, com o cancelamento do transporte público (aos coleguinhas de plantão, boa pauta as famílias inteiras dormindo pelas calçadas de Copacabana, disputando espaço com a população de rua).
Mas faça-se justiça a Eduardo Paes, ele não está sozinho na idiotia. Marcelo Queiroga protela a vacinação infantil e aquele um da Educação (?????, lembra quem é?) diz que os reitores não podem pedir o certificado de vacinação a alunos e professores no reinício do ano.
Estamos completando dois anos e 5,5 milhões de mortos no mundo, 620 mil deles brasileiros, e não aprendemos nada.