Haverá um Nuremberg para o “Ministério da Morte”?

A nota “técnica” emitida pela Secretaria de “Ciência e Tecnologia”, dizendo que as vacinas contra a Covid não têm segurança e que, ao contrário, quem a dá é o chamado “Kit Covid”, é a evidência final de que o “gabinete paralelo” é quem continua comandando o Ministério da Saúde no instante em que uma nova onda da pandemia acontece diante da quase completa inação dos nossos governantes diante dela.

Afinal, o tal Helio Angotti Neto, bolsonarista feroz que assina a nota, com esta tabela inacreditável, , só pode praticar um despautério destes diante da aprovação de Marcelo Queiroga e este o faz por evidente bajulação a Jair Bolsonaro, todos os sabem.

Não estamos mais diante de uma polêmica médica, como se poderia alegar nos primeiros meses do espalhamento da doença, mas de um ato deliberado de submissão da autoridade sanitária deste país aos desejos homicidas do presidente da República.

E há cúmplices neste processo: médicos, militares (pois foi sob a autoridade de um grupo liderado por um general da ativa que este processo se iniciou e progrediu) e, muito especialmente, do grupo politiqueiro que se assenhoreou do Conselho Federal de Medicina, que dá, alegando “autonomia médica”, cobertura a este crime.

“Já passou do ato de autonomia médica para algo criminoso, de indução do uso de medicações sem nenhuma comprovação científica”, diz o médico infectologista Julio Croda, ex-diretor do departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Mandetta.

Mas há, sobretudo, um estado de esquizofrenia na medicina brasileira: há dezenas ou centenas de milhares de profissionais de saúde exaustos de arriscarem suas vidas nos hospitais e unidades de saúde lotadas de pacientes outra vez e uma camada da corporação médica que aceita, quase passivamente, que seu órgão de classe se associe a esta monstruosidade política e humanitária.

Espera-se que esta cumplicidade não continue quando, depois de passado este período de horror, esta gente começar a ser responsabilizada por tanta dor, sofrimento e morte.

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