Se era preciso desenhar para que se entendesse o que mobiliza os brasileiros para a eleição de outubro, a pesquisa da CNI sobre o quanto a inflação afeta a vida das famílias brasileiras, desenhou e em cores fortes.
Três entre quatro brasileiros dizem que sua situação financeira foi significativamente afetada. Dois em cada três já cortaram gastos familiares.
95% estão preocupados com a inflação, ante 73% que, em novembro passado, respondiam que tinham percebido aumento nos preços.
Ou seja, é com toda a população que a inflação está mexendo, não apenas com as faixas de renda mais baixa, como acontecia antes, quando a elevação dos preços estava concentrada no grupo de despesas com alimentação.
Contra esta percepção generalizada da perda de poder de compra, argumento algum é capaz de vingar.
E poder de compra é um ponto forte do recall de Lula.
O bolsocaro está voltando com força e é mais forte seu impacto eleitoral que as trapalhadas e picaretagens que eclodem em todas as partes do seu governo.
Bolsonaro faz o que pode e o que não pode para dar foco à “pauta de costumes”. A oposição precisa se concentrar na lista, cada vez mais curta, do supermercado.
