Seremos todos pistoleiros?

São estarrecedores os números mostrados no UOL pelo jornalista Carlos Madeiro, com base nos registros oficiais do Exército brasileiro.

Em três anos de governo Bolsonaro, tivemos quase meio milhão de armas adquiridas e mais de 250 mil novos “caçadores”, mais 345 mil atiradores “esportivos” e perto de 200 mil “colecionadores” registrados oficialmente no país.

É um número 25 vezes maior do que se concedia há meros seis anos atrás.

Evidente que, salvo uma ínfima minoria, não são nem caçadores, nem esportistas, nem colecionadores.

O ex-ministro Milton Ribeiro , que disparou uma pistola Glock no Aeroporto de Brasília, por exemplo, certamente não é nenhum dos três.

Não ia “caçar urubus”, nem praticar tiro ao alvo nas nuvens, nem colecionar pistolas no seu templo.

O que há, nisso, é uma flagrante burla, para “legalizar” o porte indevido de armas, sob o argumento de que, na cintura, na pasta, num porta-luvas de veículo ou até num balcão de aeroporto, ela estava sendo “transportada” apenas.

E, também, a intenção de que boa parte dos neopistoleiros possa formar milícias – cada um pode ter até 60 armas e comprar mil munições por ano.

O Exército assiste, cúmplice, à formação de um força armada paralela, sem outro comando senão o dos berros presidenciais.

A legalidade deste “liberou geral” está em questão no Supremo Tribunal, mas isso e nada dá no mesmo, pois o julgamento não tem data para acontecer, pois o terrivelmente bolsonarista ministro Kássio Nunes Marques pediu vistas, certamente a perder de vista, dos processos.

O ideal de progresso de Jair Bolsonaro é o mesmo de um pistoleiro dos filmes de “Velho Oeste”. Todos com seus “Colt”, prontos para sacá-los por qualquer coisa.

Irrrú!!!

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