Foi um bom começo o lançamento da pré-candidatura Lula – Alckmin, hoje.
Embora contido por um discurso escrito – mas que abrangeu todas as questões centrais o país e do que é preciso fazer para reerguê-lo – teve sua dose de emoção e de improviso, embora nisso tenhamos de concordar que foi Geraldo Alckmin que roubou a cena ao criar o prato de chuchu com Lula e, além disso, com o termo que, certamente, está no centro de suas conversas com setores conservadores, ao dizer que Lula é “a única via”.
Às questões sociais e ao desmonte dos serviços públicos, prefiro destacar o duro recado dado por Lula aos chefes militares, ao dizer, de maneira enfática (ainda que sem nominá-los diretamente) , que não são aceitáveis ingerências fora de suas funções constitucionais.
“Não somos a terra do faroeste, onde cada um impõe a sua própria lei. Não. Temos a Constituição, a nossa lei maior, que rege a nossa convivência. E ninguém, absolutamente ninguém, está acima dela. Ninguém tem o direito de ignorá-la ou de afrontá-la. A normalidade democrática está consagrada na Constituição e é ela que estabelece os direitos e obrigações da cada Poder, de cada instituição, de cada um de nós. É imperioso que cada um volte a tratar dos assuntos de sua competência, sem exorbitar, sem extrapolar, nem interferir nas atribuições alheias. Chega de ameaças, chega de suspeições absurdas, chega de chantagens verbais, chega tensões artificiais. O país precisa de calma e tranquilidade para trabalhar e vencer suas dificuldades atuais, e decidirá livremente, no momento em que a lei determina, quem deve governá-lo.”
Reproduzo, abaixo, a íntegra do discurso escrito de Lula, faltando apenas as partes que fez de improviso, que trarei depois: