Esta é uma semana política curiosa.
Lula casa amanhã e, por maior que seja a discrição com que vá fazer a celebração de sua união com Rosângela, a Janja, vai ser o assunto dominante, no qual as futricas nem de longe vão tirar a simpatia pública pelo recomeço emocional de alguém que, aos 76 anos, resolve se casar.
É inevitável a comparação com o playboy tardio que ocupa a Presidência, que se exibe em motos, cavalos e jet skys, com brados grosseiros sobre sua masculinidade – os três “I” – e não é preciso dizer quem sai perdendo nela.
Nos encontros e desencontros, há ainda o “barraco da Terceira Via” com o divórcio litigioso entre João Doria e o PSDB, que quer ir para o colo de Simone Tebet e enfrenta o drama de que o traído não o deixe levar da casa a candidatura que foi ganha nas prévias.
Traidor que acaba traído nem é raridade nem deixa de, nas conversas de vila, de acharem “bem feito” que isso aconteça, mas a briga ameaça gravemente o que restou do extinto casal: o governo de São Paulo e sua máquina eleitoral, sobretudo no interior, fraca argamassa que ainda faz liga nas ruínas do tucanato.
A briga envolve ainda o patrimônio eleitoral (com quem se elegem mais deputados) e, claro, também dinheiro: o do Fundo Eleitoral que seria travado pela direção do partido para asfixiar as pretensões de João Doria até a data da convenção, momento no qual seria mais viável a sua ameaça de reivindicar judicialmente o lugar de candidato.
Objetivamente, porém, a candidatura Doria está morta e vai perder logo o seu único ativo nacional: Fernando Henrique Cardoso, que permanece defendendo a decisão tomada nas prévias. Mas que, ninguém duvida, prepara a hora de uma declaração pró-Lula, ante a dissolução dos tucanos.