Saída de Datena torna Senado uma ‘caixa de surpresas’ em SP

O post abaixo foi escrito antes do almoço, quando Datena desistiu de sua candidatura ao Senado. Duas horas depois, desistiu de desistir. Como, ao que indicam todas as candidaturas anteriores, isso vai acabar acontecendo, fica o texto, menos impossível de acontecer do que levar-se a sério o talvez candidato ao Senado.

José Luiz Datena divulgou um vídeo, destes com cara de enterro, dizendo que vai “continuar representando o povo de São Paulo” na televisão e que os políticos não gostam dele. Leia-se, Tarcísio de Freitas, candidato de Bolsonaro, que prefere o ex-pato da Fiesp, Paulo Skaf, agora filiado ao PR, como candidato ao Senado. Isso enquanto Carla Zambelli (PL) e Janaína Paschoal brigam por serem as candidatas do “bolsonarismo raiz”, lugar que é disputado também pela doutora Nise Cloroquina Yamaguchi.

João Dória marcou para o dia 13 um “pronunciamento” para definir seu futuro político e, se decidir ser Senador, o candidato ao governo que o traiu no PSDB não tem condições políticas de obstruir seu caminho. Se quiser, leva de roldão a candidatura do presidente da Câmara, Milton Leite, que já costurava a rasteira nas pretensões de Sergio Moro de ficar com a vaga.

Márcio França está ficando cada vez mais sem espaço para sua ambição de ser governador – as próximas pesquisas já devem colocá-lo em terceiro lugar, atrás de Haddad e de Tarcísio.

Em compensação, vai se abrindo uma avenida para que ele seja, na vaga de Senador, o candidato de uma esquerda unida contra uma direita estilhaçada. A confirmar-se a saída de Datena (com ele, nunca se sabe o que é verdade ou não), abre-se uma espaço imenso no eleitorado mais popular, onde é maior a influência de Lula.

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