Mundo dá fortes sinais de recessão

O feriado por aqui está impedindo que se vejam os reflexos da alta de juros, mas o mesmo não acontece lá fora e o cenário não é nada tranquilizador.

A Bolsa de Nova York, pela primeira vez desde 2020, cai abaixo de 30 mil pontos, no mercado à vista e nos futuros, que perdem mais de 3%, hoje.

Por aí andam também as perdas das principais bolsas europeias, a alemã (DAX) e a britânica (FSTE). As taxas de juros europeias estão todas em alta e até o inamovível Banco Central da Suíça, pela primeira vez em 15 anos, mexeu em suas taxas.

Apesar de as cotações das commodities, em alta, estarem ajudando, as compras menores da China (11,2% menos, segundo publica hoje o UOL, com dados oficiais) por conta dos fechamentos de cidades por conta dos surtos de Covid atrapalham não só as vendas externas brasileiras, mas também a cadeia logística da indústria, que depende de componentes importados de lá.

Com o aviso emitido pelo Federal Reserve de que fará outro aumento forte nos juros – ou seja, de 0,5% 0,75%não parece crível que o ciclo de altas por aqui vá se encerrar com apenas um pequeno aumento em julho,

Mesmo sendo enorme a diferença das taxas de juros de lá para cá, isso embute um risco que vai além do tradicional “Risco Brasil”, por conta da turbulência de uma campanha eleitoral com ameaças golpistas e do evidente represamento inflacionário de que Bolsonaro está lançando mão na tentativa desesperada de recuperar popularidade.

A maioria dos agentes financeiros trata o Brasil como um pântano: estagnado, de águas turvas e fétidas, mas, ao menos, paradas.

A situação econômica mundial, porém, pode produzir aqui mais do que “marolinhas” e, mesmo estas, com a água já acima do pescoço, podem ter um gosto muito ruim.

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