O governo Jair Bolsonaro, em aberta decomposição, virou uma fábrica de crises.
A de hoje, detonada pela prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e os dois pastores-lobistas amigos do presidente ainda está só no começo, mas já produz efeitos.
No Congresso, diminuiu muito a disposição do Centrão de “por a cara no fogo” nas aventuras legislativas de Arthur Lira.
O discurso (já há muito furado) de que não há corrupção no governo ficou impraticável, pelo menos por enquanto (e o tempo urge para ele), no mais impactante escândalo desde as rachadinhas.
Com a diferença que, desta vez, o preso é um ex-ministro e líder evangélico.
Os deputados do Centrão estão mais calados que passarinho na muda. O terreno ficou minadíssimo em direção a favores e vantagens e o mais prudente é “tirar da reta”.
O assunto Petrobras murchou por algum tempo, mesmo que Bolsonaro queira avançar no tema para desviar o foco do escândalo do MEC.
É improvável que consiga, porque Ribeiro é um caldo grosso: pastores, barra de ouro, corrupção com bíblias, tiro no aeroporto e, agora, o “teje preso”.
O Globo diz que o ” WhatsApp de Bolsonaro e seus ministros costuma amanhecer agitado, com notícias positivas de cada pasta ou com teorias conspiratórias. Nesta quarta-feira, porém, o canal estava inerte, num “silêncio sepulcral”, segundo o relato de integrantes do governo. E diz que há, também, preocupação com o “estado emocional” de Ribeiro, que estaria sendo monitorado para não falar “besteiras”.
Mas isso não vai durar. Bolsonaro partirá para novos confrontos e mais agressividade. Hoje; no máximo, amanhã.