Jair Bolsonaro está, hoje, em processamento de sua reação à derrota desenhada para o domingo.
Está sopesando se é melhor não mexer no quadro eleitoral e contar com o efeito lotérico da margem de erro e suspirar por um segundo turno ou arriscar um reversão da crescente vantagem de Lula no primeiro turno, indicando uma iminente definição na disputa em primeiro turno.
Dificilmente seguirá os conselhos à moderação, porque sabe que ela pode significar a perda de seus radicais, na reta final. O ódio, afinal, é o seu combustível.
Isso, porem, não vai deter a “disputa interna” pela derrota.
Paulo Guedes é o alvo principal da guerra interna governista, mas segue dizendo que tudo está às mil maravilhas, e que não há “mais ninguém vendendo água no sinal de trânsito”:
– Todo mundo está com dinheiro para viver. Não é nem sobreviver, é viver mesmo. Já a classe média está gerando emprego e renda (…). As exportações estão voando, passamos de meio trilhão. O Brasil é uma potencia digital, ambiental, energética, alimentar. Não dependemos de nada, só temos que trabalhar.
É espantosa a insensibilidade da visão bolsonarista da realidade popular, que ofende a alma do povão.
Tudo o que é mau no bolsonarismo subirá mais à tona nestes dias: horror aos pobres, misoginia e agressões fundamentalistas na religião.
Por mais que lhe digam para moderar-se será mais radical a cada dia.