Tumulto é última arma de Bolsonaro

Jair Bolsonaro contava com um golpe para permanecer no poder. Agora, entretanto, contenta-se com meros tumultos que o ajudem a afastar o eleitor da urna e dar-lhe, assim, uma chance de levar a eleição para o segundo turno.

Ao dizer, ontem, que vai dar ordem às Forças Armadas para decidir que “não vai ter eleição” em seções onde pessoas sejam impedidas de votar com a camisa da Seção Brasileira, o presidente da República, além sinalizar que os militares podem usurpar uma decisão que pertence apenas à Justiça Eleitoral , volta a usar o já famoso “apito de cachorro”, sinalizando a seus apoiadores uniformizados para tumultuarem as seções de votação, porque, para todos os efeitos, estão com a camiseta verde-amarela.

Também é jogar na confusão o documento maroto – sem assinatura, mas em papel timbrado do partido que alugou desta vez, o PL – dizendo que as urnas estão absolutamente “fraudáveis”. Um engenheiro esperto, regiamente remunerado, de repente sai-se com conclusões sobre questões primárias que dezenas de outros, de universidades e órgãos públicos jamais teriam deixado passar.

Todo cuidado é pouco e é hora de alertar a população que teremos horas de mentiras e apelações até a hora em que as urnas se fechem, ou até mesmo nos momentos seguintes.

Entrar no clima de confronto é fazer o jogo do arruaceiro, porque nem golpista já consegue ser.

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