E eis que Valdemar Costa Neto sai do nada para declarar que seu partido “será oposição aos valores comunistas e socialistas, oposição ao futuro presidente” e que fará de tudo para conquistar para o PL a presidência do Senado.
Portanto, empurra o resto do Centrão – PP, PR e parte do União Brasil e do PSD – para um impasse: fazer alianças com o PL significa rompimento com o governo Lula já no início e antes que se tenha a oportunidade de barganhar cargos e posições.
Pior: ao insinuar que o tal relatório das Forças Armadas, a ser divulgado nesta quarta-feira trará desconfianças sobre o processo eleitoral, coloca as Forças Armadas sob a suspeita de estar a serviço de um golpismo que, a esta altura, soa a uma completa insanidade e que teria como consequência colocar o pais no nível de uma república bananeira, pretendendo com uma clarinada, dez dias depois, derrubar um resultado eleitoral que todas as suas instituições e todo o planeta reconhecem como legítimo.
Não se sabe o que levou o veterano “dono de partido” a agir assim, porque ele sabe que isso transforma o PL num PSL 2.0, o partido que Bolsonaro levou a ser a maior bancada da Câmara e em um ano destruiu.
Provavelmente, o próprio Bolsonaro, que controla a grande maioria dos 99 deputados e 12 senadores eleitos pela legenda e fará o que quiser com a legenda, inclusive despedaçá-la como fez a seu antigo partido.
Para quem conhece a trajetória de Valdemar, é de dar gargalhadas que ele venha a ser um líder golpista em nome da moralidade.