Caro e raro leitor deste blog, poderia auxiliar-me citando uma obra “estruturante” de vulto construída nos governos Fernando Henrique? Não lembra?
Espiche a memória para o período Itamar, Collor, Sarney…
Ah, neste aí houve a Ferrovia Norte-Sul…
Houve, nada…
Só dez anos depois, já no período FHC, completou-se o primeiro trecho da obra, de apenas 215 km, de Açailândia a Porto Franco. Lula, sozinho, fez mais 550 km até Palmas e Dilma está fazendo mais 1.536 km, entre a capital do Tocantins e Anápolis (90% de 881 km concluídos) e daí a Estrela d´Oeste, em São Paulo, onde as obras estão com 45% de realização.
Menciono este caso porque, não tenham dúvidas, este será um dos pontos mais explorados pela mídia, daqui até as eleições: obras atrasadas, por conta de uma pretensa “incapacidade do governo”.
Mas também poderia falar de rodovias, refinarias, obras portuárias, energia elétrica, construção naval…
Os competentíssimos administradores que não fizeram nada vão encher a boca para falar da incompetência da administração, numa conversa recorrente que vem desde sempre.
Claro que se vai pinçar, aqui e ali, situações de atrasos, impasses e até má execução. Numa simples reforma doméstica, quantas vezes a gente não tem de agir para resolver algo que está encruado ou foi feito de maneira errada?
Mas os mesmos que não fizeram coisa alguma senão vender – e mal – o que este país já havia feito em matéria de infra-estrutura vão encher a boca para dizer que está muito lento o que eles nem sequer começaram.
Quem não faz nada, nunca está atrasado, não é?
Até em situações obviamente demoradas, como a exploração de um petróleo que está sete quilômetros abaixo do nível do mar, não cansam de dizer que isso “só será para daqui a cinco ou seis anos”. Não importa que, no mundo, a média de prazo para a produção, em condições parecidas, leve uma década para se iniciar, por cara e complexa que é.
Claro que isso vai ter pouca eficácia, porque, mesmo com problemas, a grande maioria dos projetos está madura e, dentro em pouco, poderão ser entregues, total ou parcialmente.
E aí a crítica será às inaugurações eleitoreiras.
Atropelados pela realidade, os nossos “engenheiros de obras não-feitas” vão reclamar sempre.
Mas vão ter de murchar as orelhas, como já andam tendo de fazer com as “obras da Copa que não vão ficar prontas”.
E aí, sem outra alternativa, vão ter de apelar para os black blocs.
Os das máscaras negras, da tela colorida e do papel pintado.
11 respostas
Caro Fernando e demais
Fantástico. Acredito que sempre devemos analisar os fatos que estão ocorrendo, os jogos políticos, mas acredito que mostrar os andamentos das obras, é coisa que além de não ser feito, é difícil achar esse tipo de reportagem.
Há que se divulgar, que se combater os lados que são transformados em negativos, como por exemplos os problemas que elas enfrentam, que você citou.
Espero que coloque mais reportagens assim, pois seguramente, elas correrão as redes sociais.
Saudações
Sim, querido FBrito, eu sou testemunha. Aliás, pelo meu tempo de estrada posso afirmar com todas as letras: nunca UM GOVERNO BRASILEIRO trabalhou tanto, como nos GOVERNOS DOS TRABALHADORES. O BRASIL virou, nesses governos, verdadeiro formigueiro e nunca tinha visto tal coisa. Por isto estaremos juntos para continuar com D. DILMA.
Esse o problema da oposição. Falo daquela oposição de direita extremada, viúvas da ditadura, encasteladas nos estamentos militares e policiais, agora aliada a parte do lupem, que certamente financiam por vias travessas, através dos Millennium da vida, que desejam desestabilizar nossa democracia, porque, bandidos que são, não são bobos e há muito já perceberam que no voto não dá. E vão nas manifestações, estas válidas, mas saltam aos olhos que estão sendo incentivadas, de black blocks, mascarados, grupos fascistoides e anarquistas, aliados aos partidos que se dizem de esquerda portando suas bandeiras, na pretensão de insuflar a revolução, que julgam possa acontecer no Brasil, país capitalista imenso e importante para o sistema, com a economia equilibrada e o povo geral em paz sem lhes dar nenhum apoio. Estes mais parecem aqueles religiosos que vemos nas cidades pregando, aos berros, suas crenças, sem ninguém a ouvi-los, já que o que dizem não bate com a realidade, de fato factoides, simples desejos que fossem da forma destorcida que apresentam, ou mesmo em questões válidas, mas com opções, impedir a escolha de quem tem a responsabilidade de governar, e está ungido pelo voto popular. Agora mesmo, o leilão de Libra foi um destes casos. O pior de tudo é que a mídia, nitidamente de oposição, ligada aos partidos que disputam no voto a preferência popular, no saudável de direito de se opor e propor os seus caminhos, que sabe perfeitamente o que acontece, sempre reverbera as ações dos vândalos, mas parecendo que também joga fichas nos desvãos do golpe, todos incapazes de criar bandeiras para ganhar no voto. Perderão mais uma vez, já está ficando mais do que claro, e na força não passarão, embora ainda tentem.
Ei amigão, fala aí sobre a transposição do São Francisco, pois já tem gente criticando. Obrigado.
E a entrega nas estações na linha amarela, que estariam prontas em setembro passado, e foram adiadas para outubro no ano que vem não é eleitoreira, né?
Eu lembro!!!
A P36!!!
quaquaqua
Vou ajuda-lo. A era FHC teve grandes obras: Proer, Compra de votos pra emrnda da reeleicao, Sivan, TRT paulista. Porem, vou citar a grande obra “PRIVATIZACOES”, com essa, a cambada de ladroes do PSDB encheu os bolso pro resto da vida. E o Dominio do Fato ???
A Cia compra tudo, a vida e a morte, se é bom para os EUA, não interessa a felicidade dos outros.
Li a longa entrevista e acho que ela contém pontos interessantes entre os quais a questão envolvendo as sementes suicidas, a Monsanto, e o banimento de tais sementes na Europa e Estados Unidos que ainda não foi adotado no Brasil. Essa, de fato, é uma questão fundamental pois o uso de tais sementes dá, na prática, a Monsanto e outras poucas grandes corporações, o monopólio e controle sobre a alimentação de toda a espécie humana. É fácil imaginar que consequências nefastas isso pode ter, de caráter planetário. No que diz respeito à análise das manifestações em todo o mundo e sobre os black blocs, achei fraca. Em nenhum momento soube colocar, no mínimo em pé de igualdade, o outro lado da questão: as agências de inteligência e organizações paramilitares a serviço da “Empresa” globalitarista que criam as “false flags”. A análise do ilustre sociólogo em muitos pontos me lembrou a de técnicos que se puseram à disposição da mídia para analisar como as torres gêmeas tinham caído sob o efeito da colisão dos aviões. Todos tinham análises técnicas rebuscadas tentando explicar o que era impossível explicar simplesmente porque se tratava de uma armação, uma “false flag”.
Parabéns, Brito, mais uma excelente análise sobre a questão do leilão. Complemento, adotando o mesmo estilo ultra didático, com uma analogia para os que são contra o modelo partilha e acham que a Petrobrás poderia explorar sozinha o campo de Libra. Tirante as questões de risco e investimento, que são por si só fundamentais, importa aqui apenas enfatizar a questão geopolítica, estratégica e militar. Suponhamos que você mora numa comunidade dominada por milícias e que essa comunidade esteja sofrendo uma terrível escassez de alimentos que indica que muito em breve não haverá alimento suficiente para que os moradores da comunidade possam ter acesso a uma porção diária mínima de alimentos. Suponhamos que você descobriu que no seu quintal há uma espécie de feijão super nutritivo que brota com extrema facilidade e dá para alimentar sua família fartamente e ainda sobra. O que você imagina que aconteceria quando, diante da crise de alimentos na comunidade, as milícias soubessem que seu quintal está repleto de feijão? O que é mais sensato: encarar as milícias e defender o seu feijão, ou entrar num bom acordo com algumas delas?
Caro Fernando,
Outro bom exemplo: as eclusas de Tucuruí, que levaram quase 30 anos para serem concluídas, sendo retomadas apenas no Governo Lula, através do PAC 1.