As eleições internas do PT

Quando é bom a gente elogia. A Folha publicou hoje uma excelente reportagem sobre as eleições internas do PT. Vem com um infográfico bastante informativo. Aí vemos, direitinho, porque o PT se tornou a legenda mais forte no país. Há uma democracia interna que não vemos em nenhum outro partido. É uma democracia que comporta riscos, porque aberta a todo o tipo de radicalismo, desde os saudáveis, até os mais delirantes. Mas é uma democracia que promove debates, enriquece o partido, gera militância e desenvolve uma cultura política.

A análise do PED 2013 também lança ao ridículo as acusações de partidos mais radicais de que o PT é um partido “de direita”. Todas as oposições à chapa dominante estão à esquerda, algumas podem ser consideradas esquerda radical, com propostas de reestatização forçada de todas as empresas públicas. E todas as correntes defendem uma democratização da mídia. Isso puxa cada vez mais a chapa majoritária à esquerda, em busca de votos.

Para ampliar o infográfico, com os pré-candidatos e o resumo de suas propostas, basta clicar sobre ele.

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Lula aposta em eleição interna do PT para garantir coalizão de Dilma

MARINA DIAS, DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO

Principal articulador da recondução do deputado estadual Rui Falcão (SP) à presidência nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta na eleição interna do partido para isolar as alas petistas que criticam as alianças feitas pelo partido para sustentar a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição em 2014.

Desde o início de outubro, quando a ex-senadora Marina Silva se filiou ao PSB de Eduardo Campos, Lula orientou o PT a acelerar a formação de alianças regionais e isolar o governador de Pernambuco nos Estados, como informou a Folha. O ex-presidente acionou Falcão, que se reuniu nas últimas semanas com líderes de PMDB, PC do B, PR, PTB, PP, Pros e PDT.

O governo de coalizão defendido por Lula é a principal crítica dos outros cinco candidatos que disputarão a presidência do PT contra Falcão no próximo dia 10 de novembro, quando a sigla realiza o chamado PED (Processo de Eleições Diretas).

Esquerda do PT vê esgotamento de modelo de governo

Candidato da corrente Articulação de Esquerda, que representa cerca de 8% do partido, o secretário-executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, defende a qualificação das alianças.

A opinião é compartilhada pelo secretário-geral do PT, deputado federal Paulo Teixeira (SP), que encabeça a chapa “Mensagem ao Partido”, dona de cerca de 17% dos votos petistas.

Segundo Pomar, é necessário discutir o programa de governo e fechar alianças com partidos que concordem com os ideais petistas.

“A política de aliança atual não está servindo. Para conseguir um segundo mandato Dilma superior ao primeiro, precisamos mudar a política que segue a lógica da governabilidade”, afirma.

A participação atuante de Lula durante todo o processo do PED incomodou os candidatos de oposição a Falcão. O ex-presidente nomeou o diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, como um dos coordenador da campanha e foi pessoalmente ao lançamento da campanha de Falcão.

“Lula sempre procurou preservar sua condição de liderança histórica no PT, mas agora resolveu entrar em bola dividida”, afirma Markus Sokol, que encabeça a corrente O Trabalho e também disputa a direção nacional.

De acordo com os candidatos que fazem oposição a Rui, Lula assume postura “contraditória” quando defende a renovação da política e do PT em discursos públicos, mas defende a manutenção da direção petista e da política que deve ser adotada na campanha que busca a reeleição de Dilma em 2014.

Votação será realizada em 10 de novembro

806 MIL dos 1,7 milhão de filiados ao PT estão aptos a votar

Resultado (previsão): 12.nov.

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Os radicais do PT

DIÓGENES CAMPANHA, MARINA DIAS DE SÃO PAULO

Os candidatos da chamada “esquerda do PT” na eleição interna do partido apontam esgotamento do modelo adotado pela sigla no governo federal, com promoção de inclusão social por meio de políticas públicas.

Uma ala prega que, para implementar mudanças estruturais como as reformas política e agrária, vale a pena até sacrificar uma eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff e romper com grande parte da base governista –especialmente o PMDB, maior aliado.

O partido do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), é o principal alvo dos que defendem que o PT expurgue “legendas capitalistas” para produzir um governo “de esquerda”.

Lula aposta em eleição interna do PT para garantir coalizão de Dilma

Markus Sokol, candidato da corrente O Trabalho, vem se referindo a Temer desde junho como “sabotador” da reforma política, em referência ao plebiscito proposto por Dilma após as manifestações que tomaram o país.

Nos debates eleitorais do PT, ele defende que o partido restrinja suas alianças ao PC do B e a “setores do PDT e o PSB que tenham afinidade com nosso projeto”, mesmo que uma coalização menor enfraqueça as chances de Dilma nas urnas em 2014.

Serge Goulart, da Esquerda Marxista, vai além e rejeita também o apoio do PDT e do PSB, além de PP, PTB e, claro, PMDB. Refere-se a eles como “inimigos do povo”.

Paulo Teixeira, candidato da Mensagem ao Partido, defende a “qualificação da aliança”, com a participação do PMDB.

MUDANÇA DE ROTA

Desde meados da década de 90, quando José Dirceu assumiu a presidência do PT, o partido adotou como linha de ação uma proposta defendida por Lula e pelo ex-ministro da Casa Civil: em vez de reformas populares que tivessem como objetivo final o socialismo, a sigla deveria adotar políticas públicas para vencer o neoliberalismo.

Esse pensamento norteou os governos petistas desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência.

“A estratégia adotada pelo PT para governar se esgotou. Encerrou-se um ciclo”, diz Valter Pomar, candidato da tendência Articulação de Esquerda à presidência.

“O máximo que dava pasta fazer seguindo esse modelo, a gente já fez. Daqui pra frente, o PT precisa se reciclar e fazer reformas estruturais no Brasil”, conclui.

Ele defende que a campanha de Dilma para o Palácio do Planalto, em 2014, proponha “um novo compromisso” para o país. O risco, segundo Pomar, é que a presidente tenha um eventual segundo mandato inferior ao primeiro, colocando em risco a continuidade do partido no poder a partir de 2018.

No discurso de todos os candidatos as reformas agrária, urbana, política e tributária, além de medidas para a “democratização da mídia” e melhorias do serviço público aparecem como prioridades para o PT e o governo.

Rui Falcão, presidente do PT que concorre à reeleição, assume que a correlação de forças no Congresso e na sociedade dificulta as reformas, mas afirma que também as defende, apesar de ter uma “compreensão diferente das outras chapas”.

Falcão assumiu o comando do partido em março de 2011 com a licença médica de José Eduardo Dutra. Na eleição marcada para 10 de novembro, é o favorito, uma vez que sua chapa teve 55% dos votos na última eleição, em 2009. Com o apoio explícito de Lula, a tendência é ampliar a votação no pleito deste ano.

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30 respostas

  1. Democraticamente saudável a tensão dialética dentro do PT, sinal de que o partido está vivíssimo e forte para os desafios vindouros. A agremiação acolhe a divergência e gere os conflitos a fim de ultrapassá-los. Independentemente dos resultados do processo eleitoral interno, esta coexistência democrática (conflituosa E pacífica) é lastreada pelo compromisso com a “diversidade de idéias e unidade de ação”.

  2. Não sou militante, porem na minha opinião acho o Partido dos Trabalhadores, o mais confiável entre todos. Não voto em Partidos e sim em bons candidatos, porem tenho uma simpatia muito grande pelo Partido dos Trabalhadores, que na minha opinião é o Partido que realmente se preocupa pelas causas sociais, trazendo um pouco de alento aos mais necessitados (classes menos favorecidas), fazendo um bem material muito grande para o nosso País.

  3. O PT superou o furacão de 2005 e está se reinventando a cada dia. Parabéns por essa lição de democracia!

  4. Na minha opinião, os candidatos que defendem uma posição mais a esquerda do PT, têm razão…

    O ideal seria o PT não precisar fazer uma aliança com o PMDB. Mas isso só seria viável depois de uma verdadeira reforma política, do contrário, a depender dos próximos eleitos do Congresso, vai ser difícil o PT governar depois de 2014, né?

    Infelizmente, o atual sistema político ainda exige essa política ‘suja’. Que bom seria se o Congresso entrasse 2015 renovado!

  5. O PT precisa urgentemente implementar uma politica de finanças internas; parar de mudar as regras no decorrer do processo, como a medida esdrúxula de contribuição coletiva. Um verdadeiro estupro nas regras e que vem gerando sérios problemas e situações constrangedoras para o partido.

  6. O PT, infelizmente com as privatizações das rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, principalmente agora com a entrega do petróleo do campo de Libra, área do pre-sal, entregue às multinacionais, está muito semelhante ao PSDB, nada mais tucano do que essas aberrações, seria bom que outra corrente fosse vencedora, o partido assim como está terá problemas em 2014.

    1. Nem falei na políticas de juros altíssimos e o superávit primário, para engordar os cofres dos grandes bancos nacionais e internacionais, além da grave desnacionalização da economia, e o BNDES deixando de financiar empresas nacionais, para salvar bancos, até o Eike Batista, o “grande empresário recebeu uma gorda ajuda do citado banco, nós cidadãos não somos tolos como pensam, nem podemos ser acusados de ser tucanos, o que seria apenas, desviar a atenção para os graves problemas do partido, do qual tenho sido eleitor.

  7. O grande mérito do PT é que não tem caciques. Todas as pessoas filiadas podem se expressar e concorrer às eleições internas. Isto tudo revolta cada vez mais a direita retrógrada.

  8. NOSSO PARTIDO TEM QUE SAIR DIS GABINESTES E DO AR CONCDICIONADOS SENTIR O CHEIRO DO POVO TOMAR BANHO DE POVO SERIA MUITO BOM P NOSSOS PARLAMENTARES OUVIR MAIS O POVO ,HOJE OS PARLAMENTARES DA MAIS OUVIDO AOS SEUS ACESSORES E PERDERAM CONCTATO COM O POVO TEM PARLAMENTAR QUE PASSAM EM SEUS CARROS FECHADOS P NAO FALAR COM O OPOVO COMO TEM

  9. o ped é a grande arma que existe no pt,com ela sai ñ só as presidências e sim todo um trabalho em conjunto com todas as áreas sociais para que se cumpra o que ali ficou decidido por todos os companheiros e isso é a grande democracia que gera riquezas e igualdade para todos, nos termos da nossa democracia.
    ainda á muitos excluídos nesse nosso país a fora, precisamos trabalhar muito para desenvolver essa igualdade social e exterminar de vez a fome e a pobreza no nosso país, viva a nossa presidenta e torso para que fique mais quatro anos e complete o mandato com muito exito como tem demostrado e que nos como povo nos sentiremos sempre horados por termos a nossa presidenta!!!

  10. O PT precisa sim se aproximar das bases para não precisar de parcerias nocivas e contrárias aos interesses populares. Vote Vanda Maciel, presidente, Três Corações, 530 .

  11. Seria muito bom para o Brasil, se esta coja de estelionatário eleitoreiro e do puder (FHC,Padim Pade Cerra, Aécio e Alckmin,) sumissem da vida do povo brasileiro. PRIVATARIA NUNCA MAIS.

  12. Esse PED é e sempre será objeto de manobra para aqueles que querem estar no poder, custe o que custar. No caso, vê-se claramente que Lula quer continuar a dominar o partido como se fosse propriedade particular dele. Lamentável.

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