A balbúrdia é o passatempo da fraqueza essencial

O Governo Bolsonaro não deixará de seguir, nas próximas semanas, a escalada caricata dos últimos dias.

Precisa disto como “resposta” à sua incapacidade de agir na política.

Em qualquer delas: a parlamentar, a econômica e a social.

De trás para adiante: alguma ação em política social senão os tais “pentes finos” – em aposentadorias e benefícios sociais/previdenciários – aliás, do que já usou e abusou Michel Temer?

Em cadastros com dezenas de milhões de pessoas sempre se acharão incongruências e fraudes, mas isso é absolutamente irrelevante diante do gigantismo que têm. Combatê-los é muito mais questão de rotinas e sistemas de verificação permanente  que de espalhafatos e espetaculosidades.

Na política econômica, zero. Até a “euforia” criada com a apresentação da reforma previdenciária se desfez: o dólar voltou ao mesmo patamar do final do ano passado e a bolsa deixou de lado a ideia dos 100 mil pontos que acalentou para o curto prazo.

Previsões de crescimento econômico em queda e, a partir da semana que vem, reversão nos prognósticos de inflação em queda, que só não se acentuam pelo desânimo geral da economia.

Na Câmara, o erro de não ter composto uma base só se acentua. Apelar ao “patriotismo” dos deputados e achar que isso fará a PEC da Previdência andar depressa é uma rematada tolice, porque não há negociação, não há representatividade e não há interlocutores, exceto o próprio Rodrigo Maia, que não vai forças a barra além do que convèm à manutenção de sua autoridade interna.

A “solução” escolhida parece ter sido a de fomentar as polêmicas públicas, mas a alto custo.

O ministro da Educação despareceu, colocado em situação mais constrangedora do que o do Turismo, com seu imenso laranjal.

O Itamarati, em situação de semi-intervenção, virando piada. E Damares, que nunca deixou-se sê-la, aparecendo como heroína da raça.

Do presidente, bananas, radares e cartilhas “sexuais”, além de xixi em praça pública.

E assim vai passando o carro do gás, com a sua musiquinha irritante, mas sem um botijão sequer para aquecer as panelas do povão.

Isso dura?

Fernando Brito:

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    • Espero que dure! Caso contrário ficará difícil mostrar que houve um golpe paraguaio aqui no Brasil. E isso aconteceu em 2016.
      Diziam naquela época que bastava retirar a Dilma!!!

  • Não ! E só a Globo descidir quando puxar o tapetes do Bostanaro!

  • O Mourão é outro imbecilidade desde desgoverno, apoiado por tucanistao e MDB!

  • A Globo tá pedindo o impeachment do golden shower... A q ponto chegamos. Se merecem...

  • "Isso dura?"
    Prá mim, se fechar o semestre já é tempo demais. Pelo andar da carruagem as melancias rolarão morro abaixo.

  • Não dura! Porque Bolsonaro não entende que barriga vazia é um problema. Discursos morais têm limites, e não alcançam quem precisa de emprego, educação, saúde etc

    • Exato. A grande dúvida é: os golpistas vão arriscar 4 anos à frente da Nação, mesmo sabendo que não tem solução para nenhum problema nacional, ou vão passar a bola para a oposição, barganhando algum tipo de anistia para escaparem da cadeia?

      • Os golpistas (digo seus cabeças) têm a certeza da impunidade, a última transição para a democracia que vivemos nos dá uma idéia do que será a próxima. O golpismo no Brasil é endogâmico tá aí os Marinhos, os Campos, os Gandras que não nos deixa mentir.

  • Perdeu, perdeu, voce conhece esse eslogam dos bandidos quando redem o coitado, pois é perdemos, perdemos companheiro CIA ganhou. Tanto faz Bolsonaro , Mourão ou outro entreguista qualquer, farinha pouca meu pirão primeiro é o lema de Brasil para todos com seus problemas, mas solução de grana para a familia laranjal e o resto é que se ....

  • Não dura porque a direita vai lhe cobrar a agenda, da qual até agora ele só cumpriu a parte dos EUA e mesmo assim fracassando na Venezuela. A esquerda vai denunciar o descalabro completo e o povo... Bom, esse não é de se mexer sem que a Globo mande, mas poderá presentear a direita com uma derrota acachapante nas eleições de 2020. Se bem que acho remotíssima chance de bolsonaro chegar até lá.

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