Não é nenhum absurdo errar no jornalismo.
Recebe-se uma informação falsa, por falta de meios ou de tempo não se a verifica e, pronto, lá se foi a “barriga” jornalística, que é com a gente chama a notícia falsa ou improcedente.
Pode acontecer, ninguém está livre. Se é muito grave, dizia-se no meu tempo, “dá demissão”. É risco do ofício.
O que não pode acontecer foi o que ocorreu neste ridículo episódio da “viagem” de Eduardo Cunha a Cuba noticiada na coluna de Lauro Jardim, no site de O Globo, que parece estar se tornando a recordista em publicação de notícias falsas sobre políticos e seus filhos.
O tema era atraente e a baixaria irrelevante de uma filha do deputado (irrelevante mesmo, porque é uma simples grosseria e a moça não é a que tem conta na Suíça) era irresistível para quem quer ficar dando lições de comportamento aos outros.
Gabriela Amorim, ao que se saiba, não é uma figura pública, não tem nenhum interesse jornalístico e sua postagem no Instagram não faz nenhuma referência política.
Com o perdão da expressão,o que o jornal fez foi simples uso escandaloso de bunda e dedo alheio, tal como fez a mocinha mal-educada ao usar uma imagem de uma dona que tem como profissão ser irmã da “celebridade” Kim Kardashian.
Muito pior, porém, porque não num perfil particular, mas numa coluna que se pretende o máximo do jornalismo sob a marca de um grande jornal.
Não se justifica por ser filha de Cunha e Cunha ser quem é, porque não se justifica com ninguém.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar e a coluna piorou.
Passou da má informação, da baixaria e da irrelevância para o mau-caratismo.
Publicou uma “atualização” que não é um desmentido, mas um “arranjo”, sem referência ao erro.
Troca-se, como se vê na imagem, algumas palavras e faz-se o leitor de idiota.
Fere-se, assim, a primeira e maior regra do jornalismo, da qual todas as outras advém: respeite o leitor.
O mínimo que se espera quando se faz algo que pretenda ser chamado de jornalismo é ter dignidade.
Aqui chega lixo de toda espécie, como chega a todos os blogueiros que Lauro e O Globo chamam de sujos.
Na campanha, falou-se da família de Aécio Neves, mas só quando seus atos os envolviam em situações públicas e nunca se explorou situações familiares que não tivessem este viés.
Não é digno de elogios agir assim, é obrigação.
Infelizmente, está deixando de ser a regra.
Ao contrário: a regra parece estar virando o deboche, a grosseria, o uso do jornalismo para um tipo de “fofocagem” mau-caráter.
Nada a ver com informalidade, com fazer polêmica, com ter posição política ou mesmo paixões ideológicas.
Mas quem não pratica no seu próprio trabalho o mínimo ético a que deveria estar obrigado só pode ser um fariseu quando pretende dar lições de ética aos outros.
PS. O erro grosseiro pode ter sido do repórter da coluna de Jardim. O desvio de caráter na “emenda pior que o soneto” é degraus acima, certamente.
11 respostas
Viva Dilma
FSP:27/12/2015 02h00″ Ex-militante entusiasmada de grupos que pedem a queda da presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e o Acorda Brasil, a empresária e socialite Rosangela Lyra agora se diz contra o impeachment. Mais importante, diz a presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins –conhecida também por ser ex-sogra do jogador Kaká–, é coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular patrocinado pelo Ministério Público com medidas anticorrupção. “Hoje, para mim, passar o Brasil a limpo é mais importante que tirar o PT do poder na marra”, explica.
No início do ano, pensava que seria possível uma renúncia da presidente Dilma. Falava-se muito da possibilidade de ter havido fraude na reeleição, a economia estava com uma perspectiva muito ruim, o desemprego estava crescendo e havia erros de gestão. Queria que ela saísse.
Na eleição, Eduardo Campos era a minha opção. Quando ele faleceu, eu comecei a apoiar a Marina e colaborei um pouco com a campanha. Marina foi desconstruída pelo marketing do PT. No momento em que ela apoiou o Aécio, fiz o mesmo, porque eu não queria a Dilma.
Em agosto de 2014, comecei a fazer o Política Viva [encontros em que convidados debatem o cenário nacional]. Me envolvi mais abertamente com política.
Anteriormente, já havia ajudado a campanha de 2004 do ex-prefeito José Serra (PSDB) e fiz um jantar para arrecadar fundos para a campanha de 2010 do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Não tenho simpatia pelo PT.
A convite dos fundadores do Vem Pra Rua, fiz parte do movimento deles por dois meses. Algumas pessoas saíram e montaram o Acorda Brasil. Minha passagem por lá foi mais no sentido de entender o que eles queriam do que de efetivamente participar. Também arrecadei fundos para o MBL (Movimento Brasil Livre) na marcha que eles fizeram para Brasília.
Pensei: “São jovens que querem mudar o Brasil”. Eu não tinha visto tanto radicalismo naquele momento.
É mais fácil você criar um rótulo e sair atacando. Como posts de raiva geram mais “likes”, alguns movimentos põem um post de raiva e todo mundo concorda, comenta com emoticons de palminha, beijinho, bandeirinha.
No primeiro semestre, o Ministério Público me convidou a encabeçar um movimento junto aos lojistas, ao comércio aqui da região. Divulguei muito as 10 Medidas [conjunto de propostas do Ministério Público contra a corrupção]. Sacrifiquei horas de almoço, noite e fins de semana para coletar assinaturas.
Das 75 mil assinaturas que o nosso grupo, chamado Força-Tarefa das 10 Medidas, coletou até o dia 9 de dezembro, só metade fomos nós que colhemos. O resto foram os multiplicadores. Distribuímos mais de 5.000 kits com 64 fichas cada um. Por isso ganhei uma homenagem do Ministério Público.
Meu ponto de virada foi quando eu percebi a importância da Lava Jato e a não interferência da presidente. A gente se acostumou a mudar os personagens da história, e não o enredo. Prefiro mudar o enredo. Tem que pegar os corruptos, seja do PT, do PMDB, do PSDB, do PP.
Esse meu posicionamento vai ao encontro do que pensam os investigadores da Lava Jato. Na última coletiva, perguntaram se havia interferência do governo na operação. Os investigadores disseram que não havia. Poderiam ter se esquivado ou respondido com menos ênfase, mas foram categóricos.
Se a Lava Jato tem hoje o peso que tem, foi porque Dilma sancionou a lei que prevê a delação premiada e deixa a operação funcionar. Quem iria para a rua quando começassem as canetadas, as pessoas sendo soltas?
A Itália, na Operação Mãos Limpas, também prendeu poderosos, políticos e empresários. Mas, como não aproveitou aquele momento para fazer as reformas, entrou o Silvio Berlusconi [ex-premiê].
Escuto a explicação “um de cada vez” para justificar a saída da Dilma primeiro, mas não é assim no mundo real, você não tira dois presidentes do poder no mesmo ano.
Esse próximo presidente, independente de quem fosse, teria todos os poderes para desconstruir a Lava Jato.
Hoje, para mim, passar o Brasil a limpo é mais importante que tirar o PT do poder na marra. Eu não consigo ver as duas coisas –o impeachment e a ascensão de um político com discurso de unificação e com interesses políticos contrários à Lava Jato– possibilitando essa limpeza.
Eu chamo de evolução de posicionamento, não de mudança. As pessoas me escrevem: “Para com essa posição de ir contra o impeachment, você está queimando sua imagem”. Alguns me acusam de estar levando dinheiro do PT. Eu digo que o tempo vai corrigir qualquer distorção que eles estejam vendo.
Quando alguém diz que a Justiça e a Procuradoria só prendem gente do PMDB, e não do PT, eu pergunto: “Vocês esqueceram que João Vaccari Neto, José Dirceu e Delcídio do Amaral estão presos?”. Eles põem em dúvida a idoneidade da Procuradoria-Geral da República.
Que Dilma continue deixando a Lava Jato adquirir cada vez mais corpo e que ela enrole todos aqueles que fazem pressão para demitir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que notadamente não interfere.
Tenho a humildade de ter mudado de opinião, por que não é fácil mudar. E tenho muita confiança de que é pelo bem do país.” ‘
Tudo é possível.
Até a conversão de uma paneleira. Agora, ex-paneleira da Paulista.
Caiu a ficha. Os neurônios fizeram uma sinapse!
Ainda há salvação!
O próximo passo é ela comparar as ações do governo do PT em relação à corrupção com as ações do PSDB. Quem sabe uma outra ficha não cai e vê que ela sempre apoiou e deve continuar apoiando o partido que mais blinda, que mais esconde e, portanto, que mais fomenta a corrupção? Que tal enviar para ela um histórico do trensalão?
A grande importância desta notícia está em desvendar para os mortais comuns e para a História a grande mobilização de classe que envolveu toda a elite de algumas cidades, com suas mulheres empenhadas em trabalhar duramente com o objetivo supremo de combater o Partido dos Trabalhadores e derrubar seu governo. Tal esforço me faz lembrar as mulheres dos pioneiros do Oeste americano, dentro do círculo de carroças sob ataque dos índios, limpando e recarregando heroicamente as armas de seus maridos.
Bom dia,
nada contra ler lixo, quem gosta o faz. Mas como o brasileiro não sabe o bom português, ou seja, não sabe interpretar noticias, conteúdo, ou qualquer asneira que dê para ele lê , acaba nisso.
Essa coxinha,apenas viu a merda que ela se envolveu, e a tempo..pulou fora…
Existe um jogo muito mais importante em curso que a maioria ignora, ou tomando uma das partes, trabalha para “ajudar” a iludir a nossa população. Trata-se de um jogo geopolítico cujo prêmio ao vencedor é muito mais poder, e o Brasil é peça chave, pois com as riquezas que possui – e que o brasileiro não valoriza, qual sejam as Amazônias verde e azul, suas bacias hidrográficas potáveis, aqüíferos gigantescos, pré-sal, metais nobres e de terras raras abundantes, terras aráveis, uma agricultura espetacular, uma população que representa um grande estoque de consumidores pacifistas, enfim, um país riquíssimo pronto a se estabelecer como protagonista ao deslanchar em se desenvolvimento tecnológico. Mas para isso, precisa de que sua população seja esclarecida, não seja moldada por aqueles que querem apenas sugarem tais riquezas para seus países de origem.
O Brasil tem tudo para dar certo, exceto se virar um país de acéfalos, de cérebros manipuláveis, de traidores egoístas e ambiciosos, de apátridas sonegadores que desviam riquezas para o exterior e garimpam duplas ou triplas cidadanias.
O que está em jogo é a independência x a dependência, a soberania x a subjugação. Para se tornar forte urge que o país possua empresas nacionais fortes, que gerem empregos e riquezas que permaneçam no país.
Por outro lado, os adversários estrangeiros estão “comprando” a preço de banana as nossas empresas, colocando de joelhos os brasileiros que dependem dos respectivos empregos. E o lucro, como sempre é para sempre, remetidos para o exterior.
Precisamos de mentes que pensem no nosso futuro, no jogo dos jogos e não permaneçam capturadas por redes sociais e uma mídia a serviço dos adversários.
Acorda Brasil!
Corretíssimo, André. Leonel Brizola e outros, que sempre se pautaram pela defesa do país, assinariam embaixo do que tu escreveste.
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De outra parte, a Dona Dilma segue com a política neoliberal, bem ao gosto do FMI/Banco Mundial, de fazer concessões e mais concessões (apenas um eufemismo para privatizações, como já denunciou Mauro Santayana).
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Tal política vai acabar cada vez mais “colocando de joelhos os brasileiros” enquanto que o “lucro [será], para sempre, remetido para o exterior”.
O Cunha está muito revoltado com a Globo e com toda razão. O maior trunfo que um escroque político pode hoje ter no Brasil é o acobertamento da imprensa e, especialmente, a blindagem da Globo, como acontece com muitos que vemos por aí. Esta preciosidade Cunha está a ver lhe fugir da maneira mais traiçoeira possível, com desconstrução baseada em fofocas de baixíssimo nível. Devemos supor também que para coxinhas, ir para Cuba (ainda) é uma espécie de traição à adorada (por eles) pátria do Tio Sam, que é a verdadeira pátria de coxinhas.
KKKKKKkkk vai pra Cuba! Os CUnha em CUba! Mostrando o dedo no…