A madrugada de horror m Araçatuba é só uma prévia – mais uma – do quadro de horror que se faz quando um país, pela boca de seu presidente, torna ter fuzis algo normal e desejável do que se reunir em volta de uma saborosa feijoada.
Os mais de 30 assaltantes têm uma organização paramilitar e que não conseguiriam tamanha quantidade de armas e de explosivos sem cumplicidades no aparelho policial e nos controles alfandegários.
Igualmente, se não houvesse falhas inaceitáveis na cada vez mais politizada organização policial, qualquer serviço de inteligência teria percebido uma mobilização deste porte, onde além de armamento, dinamite e uniformes de combate, foram empregados em torno de uma dezena de carros, novos e potentes, usados na fuga macabra, com reféns amarrados nos tetos e capôs.
Aliás, nem é bom pensar o que aconteceria se alguns dos moradores de Araçatuba já tivessem seguido os conselhos presidenciais e tivessem fuzis para dispararem sobre eles, sem perícia e sem coordenação (e certamente com revide em rajadas disparadas sobre prédios residenciais).
Banho de sangue talvez fosse uma definição suave.
Daqui a pouco, o episódio, porém, estará sendo usado como argumento para a propaganda do programa “Armas, não feijão’, como se ele não fosse exatamente o contrário, um libelo contra a facilidade em obterem-se, de forma legal ou clandestina, armamento pesado.
E tudo isso em São Paulo, onde parte da Polícia Militar parece estar mais interessada em participar do ato da vergonha do dia 7 do que em detectar e evitar a feijoada de fuzis em Araçatuba.