A ficha de Eduardo Cunha, o homem que falta para “moralizar a política”

moralidade

O repórter Luiz Fernando Vianna, além do excepcional autor de jóias como Aldir Blanc: Resposta ao Tempo, é profissional daqueles que da raia  não correm e nem recorrem às meias-palavras.

Hoje, na Folha, ele descreve, com crueza, o que é a possível eleição de Eduardo Cunha como presidente da Câmara, já, já, neste domingo.

É o que falta, mesmo, para a moralização da política neste país.

Um homem que faz a gente ter saudade do Severino Diretoria que Fura Poço Cavalcanti.

Cunha não fura nada.

A não ser a hipocrisia da oposição brasileira ao proclamar-se  campeã da moralidade.

Anais da política

Luiz Fernando Vianna

Desde Célio Borja em 1975, um representante do Rio de Janeiro não se elege presidente da Câmara dos Deputados. O tabu de 40 anos pode ser quebrado no domingo com a vitória de Eduardo Cunha. Que legal, não?

Resposta de quem acompanha um pouquinho a política do Rio, dominada há 12 anos pelo partido-empresa de Cunha, o PMDB: não.

O resultado poderá coroar aberrações que passaram a ser aceitas como verdades. Exemplos:

1) ser político é um ofício da iniciativa privada, tão bem-sucedido quanto maior for a ingerência sobre o destino de recursos públicos –que deixam de ter destino público;

2) a função primeira do Legislativo é chantagear o Executivo para conseguir o máximo de cargos e verbas. É um jogo que zera após cada votação importante, o que o torna interminável e de rentabilidade segura. Não se discutem projetos para o país, mas oportunidades de negócio;

3) em sendo uma categoria profissional, os políticos precisam ser representados por associações de classe, que organizam suas reivindicações. Eduardo Cunha é um líder sindical, um Lech Walesa do submundo político brasileiro.

Em fevereiro de 2005, Severino Cavalcanti foi eleito pela maioria fisiológica da Câmara, desafiando o governo Lula. Em maio, anunciou seu preço: indicar um nome para “aquela diretoria que fura poço e acha petróleo” na então forte Petrobras. Caiu em setembro acusado de receber um mensalinho de R$ 10 mil do concessionário do restaurante da Câmara.

Saudades de Severino. Era um amador, praticante do fisiologismo-arte. Cunha joga o fisiologismo-força.

Firme em sua milionária campanha, indica se sentir inalcançável pela Operação Lava Jato. O juiz Sergio Moro vai ficar devendo essa ao Brasil.

Se vencer, Eduardo Cunha entrará nos anais do Rio. E de todos os brasileiros

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15 respostas

  1. Cruz credo! Sai de retro satanás! Eduardo Cunha na Presidência da Câmara seria próprio “fim do túnel” da política brasileira rebaixada ao seu pior nível! Oremos!

  2. Estamos próximo da “Grande Catarse”.
    “Todos” se sentam a mesa pra se acertar, ou a vaca vai pro brejo.

  3. Parece que , além de ter tossido , a vaca está indo pro brejo ( que por sorte , neste caso , está quase seco e há uma última esperança em desatolá-la ) . Fala Dilma ! Faça Política . A eleição desse ladrão será fim de seu governo.

  4. Meu Deus!!!!

    Petrobras – Petrobrax será o seu novo nome em breve.

    Quem diria que em 2015, mesmo tendo conseguido reeleger a Dilma, o seu projeto, o Brasil começaria se dissolver aos pouquinhos?

    Um juiz que faz o que quer/querem que ele faça para derrubar o governo e a Petrobras numa só tacada. E ainda a Foster, de quebra, fazendo lambança.

    Um Eduardo Cunha presidente do congresso, o lider da oposiçao.

    Um levy dando sinais claros de que “nabo” tem mil e uma utilidades, além de ser anatomico.

    O pig deitando e rolando, livre para derrubar quem quiser, dar “premio” a quem bem quiser por “bons serviços prestados”. Prestados a “ela”, nao a nós nem ao país.

    Um governo que pede que os ministros travem a “batalha da comunicaçao” mas nao tem coragem de cumprir a constituiçao e regular a mídia.

    A crise só está começando e os tempos serao cada vez mais difíceis.

    O Brasil está perdendo o “bonde” de novo, só que dessa vez nao vai sobrar soberania nem vergonha na cara.

    Dilma, enterraram um sapo embaixo da tua cama. Quando voce menos esperar outro estará sentado na tua cadeira e o povo com essa mídia que está aí nem saberá como se deu o golpe.

    Na Colonia é sempre assim – a Metrópole cala e sufoca o grito e faz o que bem entende.

    A colonia é rica, mas o povo é “pobre”[de espírito, de cultura, de informaçao] e também prova ser “podre” porque cai pelas suas próprias maos.

  5. O Congresso com Serra e Aécio querendo abrir 5 CPIs (profissionais de CPIs tentando há 13 anos derrubar o governo e o PT), Cunha querendo ser o manda-chuva e, quiçá, depois de um golpe, o presidente do Brasil. Se Deus é brasileiro, como é que isso aqui virou o inferno?!

  6. República das Bananas, onde reinam os hipócritas. Eduardo Cunha e Rede Globo são representantes desses predadores e hipócritas que atuam no país. E os coxinhas burros, cínicos e preconceituosos fazem a parte deles nas redes sociais.

  7. Primeiro: toc toc toc, nos meus “anais” não entra nada. só sai kkkkk.
    Segundo: Mas falando sério, caso essa figura chamada Eduardo Cunha vença na disputa da presidência da câmara tenham a certeza o governo Dilma não passa desse ano, porque digo isso? simples, na primeira viagem internacional em que a presidente precisar se ausentar do país por vários dias, e também o vice na mesma viagem, bastará essa figura declarar na condição de presidente interino, vago o cargo de presidente e ai se convocará novas eleições (isso apenas para efeito burocrático) em seguida o judiciário cassará o Registro do PT e também irão atrás do Presidente Lula e assim sem condições de exercer política não haverá candidato de esquerda; o playboy Aécio Neves se candidata, mas porém como não haverá e não PODERÁ existir adversários, se dará a eleição do playboy por aclamação e o Brazil será feliz para sempre (a Globo também).
    Terceiro: calma gente o que escrevi acima é uma ficção.. ou não…kkkkk

  8. 29/01/2015 19h47 – Atualizado em 29/01/2015 22h14
    Assessor do Governo do Paraná é preso, suspeito de exploração sexual
    Segundo a promotora, ele aliciava adolescentes entre 14 e 18 anos.
    Na casa do suspeito, em Londrina, foram apreendidos CDs e computadores.
    Erick Gimenes e Thais Kaniak
    Do G1 PR
    FACEBOOK

    Marcelo Caramori, assessor da governadoria do Paraná, conforme consta no Portal da Transparência do Estado, foi preso na tarde desta quinta-feira (29) por suspeita de favorecimento e exploração sexual de menores em Londrina, no norte do estado. Segundo a promotora da 6ª Vara Criminal de Londrina Caroline Esteves, responsável pela investigação, ele aliciava adolescentes com idade entre 14 e 18 anos.

    Suspeito menciona o governador Beto Richa como ‘chefe’ no Facebook. (Foto: Reprodução/Facebook)
    Suspeito menciona Beto Richa como ‘chefe e amigo’
    no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)
    “Há diversos elementos que comprovam que ele praticou o crime inúmeras vezes. Ele estava sendo investigado há algum tempo e as provas, até agora, são suficientes para comprovar a prática da exploração sexual de adolescentes”, diz a promotora.
    O governo estadual nega que Caramori era assessor. De acordo com o governo estadual, ele era servidor público, exercendo a função de fotógrafo, em Londrina. Caramori foi exonerado logo depois da prisão, ainda conforme o governo estadual.
    No Portal da Transparência, no entanto, o nome do suspeito consta como “assessor da governadoria”, ativo, em cargo comissionado.
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    Com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o mandado foi cumprido na casa em que Caramori vivia, onde foram apreendidos vários computadores e CDs para procurar mais indícios dos crimes. A investigação, segundo Caroline, continua.
    O advogado de Caramori, Leonardo Vianna, disse que ainda não teve acesso ao processo e que, por isso, não se pronunciará sobre quais medidas serão tomadas. Ele reiterou que não há como comprovar os crimes, por ora. “Não há acusação nenhuma ainda. Tudo o que a polícia disser, neste momento, é precipitado. É uma investigação. Ele foi detido para haver maiores esclarecimentos”.
    Logo após chegar à sede do Ministério Público, o assessor também negou as acusações. “Quem me conhece, sabe que isso aí é mentira”, afirmou. Para ele, a denúncia pode ter vindo de alguém que queira atingir o governador Beto Richa.
    O fotógrafo foi levado para a delegacia do Gaeco em Londrina, onde permanecia preso no começo da noite desta quinta-feira.

  9. Há coisa de uns poucos meses atrás, quando a pretensão de Cunha para disputar a presidência da Câmara começou a ser mais intensamente veiculada na imprensa, não propriamente estarrecido, porém preocupado, resolvi fazer algo bem simples: fui ao site da Câmara, e seguindo os passos exatos traçados naquele espaço virtual público, escrevi uma mensagem para o próprio.

    Que ela não fosse respondida a contento, claro, me era óbvio. Pior (em termos), não tenho como negar que também não julgava razoável sequer receber de volta algum e-mail, que fosse de conteúdo meramente formal, desses tão comumente preparados pelos SAC´s da vida.

    Ainda assim, por algo de teimoso ou pirracento que permanece na gente ao longo dos tempos, insisti, enviando – como já disse – uma mensagem ao candidato Cunha, concitando-o a desistir do pleito.

    Claro que nada adiantou: as comunicações por e-mail aos “representantes do povo”, a que somos frequentemente convidados a fazer, não têm resposta.

    Enfim, é isso aí! Quem tiver paciência para ler o que tentei fazer chegar ao Deputado, aí está mais adiante, copiado.

    A chamada participação popular é negada com uma constância assustadora. Até quando tentada pelos canais ou formas mais comezinhos, como, o caso, protestar a algum ou a alguns deles – os representantes do legislativo – e obter alguma satisfação ou resposta.

    O balcão, ao que parece, vai ter gerência mais agressiva ainda, nos próximos dois anos. É lamentável. Tudo.

    O e-mail não respondido foi o seguinte:

    “Exmo. Sr. Deputado Eduardo Cunha:

    A postulação de V. Exa. à presidência da Câmara dos Deputados, para o biênio 2015/2016, me parece um tanto quanto descabida.

    Decerto não será apenas um cidadão dentre tantos outros milhões que irá demovê-lo da ideia, muito provavelmente alicerçada em densa rede de apoios, intra e extramuros.

    Todavia, sinto-me no direito-dever de tentar.

    E justifico minha humilde porém consciente opinião, não com todos os argumentos que julgo ter a respeito. Valho-me de dois, tão somente:

    O primeiro, diz respeito à relativamente vasta lista de processos em que V. Exa. figura ora como processado ora como processante. Ao que li em textos publicados não só em blogs ditos alternativos como também em páginas da grande imprensa, V. Exa. só não teria condenações transitadas em julgado por força de trancamentos ordenados de Tribunais Superiores, STF em particular. De outro lado, pelo que compreendi das matérias lidas, em várias ações em que V. Exa. figura como autor, os objetos seriam críticas veiculadas pelos meios de comunicação a respeito de V. Exa. Tal situação, assim, ainda que aparentemente não estejam definidas (smj) condenações transitadas em julgado, exibe um perfil de agente público acerba e frequentemente questionado pela sociedade, via Ministério Público, o que, com todo o respeito que V. Exa. pode merecer, desaconselharia a pretensão. Ao menos para um cidadão de boa-fé.

    O segundo ponto tem angulação mais política, digamos assim. E é simples. Considerando que foi democraticamente eleita (reeleita) para a chefia do executivo nacional S. Exa. a Sra. Dilma Vana Roussef, e que o desejável para a sociedade seja um mandato profícuo, é o bem comum que deve orientar, penso, a atividade parlamentar, V. Exa. não considera que sua atuação pregressa na liderança de um dos partidos oficialmente partícipes deste e do mandato anterior não terá sido turbulenta demais para que a candidatura à chefia da Casa possa ser bem recebida pela maioria da sociedade?

    Ficam as perguntas, permanece a dúvida.

    Roga, assim, este cidadão, que, a bem dos destinos nacionais e à necessidade de termos um governo exitoso, menos litigado do que até agora tem sido, V. Exa. desista da candidatura.

    Fique certo que fará um grande bem ao Brasil.

    Com respeito”

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