A semana dos mimimis; há duas ainda para serem democratas

A esta hora, uma semana atrás, todos assistiam surpresos a onda direitista que levou Jair Bolsonaro  às soleiras da vitória eleitoral.

É tempo suficiente para que qualquer um se recobre do que se passou e venha formar na trincheira de um democracia em perigo, indubitavelmente em perigo para qualquer um que veja o óbvio  conteúdo autoritário de quem tem uma trajetória como a dele, salpicada a não mais poder de espasmos ditatoriais, liderando um ajuntamento mambembe de filhos, aderentes, policiais, picaretas e – mais grave –  de ex-oficiais que se adonaram politicamente das Forças Armadas.

Não se pode, já se disse aqui uma vez, acusar Jair Bolsonaro, mesmo com suas recentes juras democratas, de não ter avisado que será um governante tão autoritário e truculento quanto lhe seja possível.

Até agora, os líderes políticos fora da esquerda  e alguns do campo progressista se omitiram, com as alegações mais pueris, alguns pretendendo uma “autocrítica”impossível em “tempos de guerra”, mas que se realiza com muito mais veracidade na atitude de abertura fraterna e até humilde de Fernando Haddad.

Mais claro?

Não há “terceira via” possível senão a que com junto com ele se construa. Nem  “EleNão” que deixe de passar por um HaddadSim. Nem mesmo a hipótese delirante de uma renúncia dele em favor de Ciro seria algo plausível: quem teve menos, muito menos, votos no primeiro turno não pode acreditar que ele pudesse arrastar o eleitorado lulista que deu os quase 30% ao candidato petista.

Como não escrevo para crianças, poupo-me de considerações sobre contos da Carochinha.

Trato apenas da ilusão de que, derrotado o PT por falta de apoio nestas eleições, fosse abrir-se um campo para uma “nova oposição” a um eventual Governo Bolsonaro.

Nada mais tolo, senhores estrátegos de botequim.

À ditadura, não há oposição, mas resistência e nela parte mal quem se recusou a resistir quando podia.

Se não vêem que teremos uma ditadura  e não um governo, o melhor adjetivo que merecerão será o de cegos. Como os sinais são evidentes, é mais provável que tenham o de cúmplices.

Haddad, hoje, representa uma saída que busca a conciliação, a unidade, a ampliação sadia do leque democrático.

Triunfante o fascismo, será o PT o alvo da onda repressiva, mas a máquina policial-judicial e, livre-nos deus, militar tem apetites  que, para quem o duvide a onda moralista que impulsionaram, levará a todos de roldão.

A ondas vêm e vão. Passam.

Quem é pedra,fica. Quem é só alga, sem raízes, acaba por ser arrancado e flutuará à deriva e se desfará em pedaços.

O Brasil precisa de vocês. Mas, se vocês faltarem, talvez não precise mais.

Fernando Brito:

View Comments (30)

  • Ou nos unimos ou vamos rodar. Todos. O fascismo não faz distinção de nada. Agora era a hora da Regina Duarte “falar eu estou com medo”. Mas ela não está !!

    • Puts. Lembrei disso também. Acho que ela perdeu o juízo de vez.

    • A ex-viúva Porcina, àquela que foi, sem nunca ter sido, perdeu o restinho do juízo que tinha e já não era lá grande coisa.

  • O Ciro vai ficar de Paris tuitando enquanto o país em chamas?

  • Sei que por uma questão de ética profissional e pessoal o Britto não dá nome aos bois,eu darei.
    AOS INFANTIS,DERROTISTAS,PUSILÂNIMES QUE SE AUTO-OUTORGAM O DIREITO DE SE CHAMAREM DE PROGRESSISTAS ,PORÉM NÃO PASSAM DE UM BANDO DE "REVOLUCIONÁRIOS DE MESA DE BOTECO" ,SAIBAM A VITÓRIA VIRÁ APESAR DE VCS,MIGUEL DO ROSÁRIO "docafezinho" E PAULO H AMORIM "do conversa FIADA".
    DANEM-SE !!!!

    • Já parei de acessar o blog destes dois desde que entraram na campanha anti-Lulista da mídia golpista.

  • Não há tergiversação possível. Conforme Fernando Brito já citou, a frase do ultraconservador Churchill é eterna: "Se Hitler invadir o inferno, me alio ao diabo para impedir". Aos "políticos" com olhos em 2022: pode simplesmente NÃO HAVER 2022. Literalmente, para não ser acusado de feiquinius: "Se Hitler invadisse o inferno, eu no mínimo faria uma referência a favor do diabo na Câmara dos Comuns". British humour.

    • Se importa, se eu usar seu texto para compartilhar o texto do Brito?! Com citação obrigatória da fonte, claro. Maravilhoso. Parabéns. Grato. Shalom.

      • Claro! Os autores são o Brito e o Churchill. Até a vitória!

  • Coitada da Regina Duarte, pelo que entendi ela tá meio esclerosada.
    Acho que ela faz isso para pegar algum papel na globo.
    O mito é igual a Regina Duarte, a vida real nada tem a ver com as personagens da ficção.
    Bolsonaro é um personagem. É uma invenção do marketing. Ninguém sabe quase nada de suas propostas. É tudo muito obscuro. Só sabemos que ele é violento e gosta de bater.

  • Bolsonaro em apenas 13 palavras . Como militar um bunda suja como político um bunda mole fugindo dos debates.

Related Post