A menos que o governo Bolsonaro crie, a toque de caixa, algum factóide ( e não descreia disso), o debate em torno da reforma previdenciária vai subir, finalmente, de temperatura política.
O relator, Samuel Moreira (PSDB-SP) vai apresentar um relatório mais duro do que o provável resultado da votação na comissão especial indicará, ainda que seja previsível que ele sacramentará o enterro das mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada e resistirá, por ordem de João Dória, à exclusão dos Estados e Municípios da PEC, o que promete gerar confusão imediata.
Se o governo fincar pé na aprovação do projeto original, terá derrotas que chamarão outras, mais graves.
Resta pendente o quanto o relator aceitará as emendas para criar condições especiais para categorias profissionais e o quanto cederá nas regras de transição, tanto para o serviço público e para o trabalhador do regime geral, e na preservação parcial do abono salarial a quem recebe entre um e dois salários mínimos, além de uma infinidade de itens “avulsos” que as quase tres centemas de emendas apresentadas.
Ainda que Moreira possa tornar público o seu relatório na segunda-feira- e isso é duvidoso, ante o fato de haver uma reunião de governadores sobre o tema da inclusão dos Estados, na terça – só se fará a leitura na sessão de terça-feira ou quarta-feira e não se iniciará a sua discussão antes de quinta-feira ou, talvez, na outra semana, abreviada pelo feriado de Corpus Christi, no dia 20.
Sexta, é a greve nacional convocada pelas centrais sindicais e partidos de oposição. Se é impossível prever o quão grande será, é certo estimar que pequena não vai ser, dadas as mobilizações que se alcançou com a defesa da educação contra os cortes governamentais, a 15 e 30 de maio.
Continua sendo impossível, em previsões realistas, levar a voto no plenário da proposta de reforma no primeiro semestre. Votar o relatório na comissão em apenas duas semanas, com mais de 250 emendas – todas, relembre-se, com 171 assinaturas de apoio – só mesmo se houvesse um acordo monolítico entre o Centrão e o governo, algo que parece muito longe de acontecer.
4 respostas
Com a liberação de venda de empresas do governo pelo STF o governo terá a grana necessário para os 2/3 que precisa para aprovar a previdência , ou já tinha quem sabe ? . .
DIA 14 DE JUNHO HAVERÁ UM TERREMOTO, O CAUSADOR DAS TSUNAMIS. 14 DE JUNHO SERÁ MAIOR QUE A DOS CAMINHONEIROS !!!!!!!
A propaganda é ridícula. Ela diz: “Vocês já viram que eles recebem a aposentadoria rural sem nunca terem trabalhado no campo?” E assim, tomando a exceção pela regra, vão tentando iludir as pessoas sobre o butim que pretendem fazer dos bilhões da previdência, que ao invés de recompensarem uma vida de trabalho do povo, irão para os já estufados bolsos dos bancos e de seus sócios da mídia.
O negócio do Bolso Bosta é vender tudo que possa vender e depois ele renuncia e se manda deixando o “abacaxi” para seu sucessor.