A soma de nada com nada dá coisa alguma

A situação da chamada “Terceira Via” precisa ser chamada pelo que ela é: ridícula e, pior, trágica para o país.

Vejam a sequência de fatos, só de ontem.

Sergio Moro, do “alto” de seus 6,4% de intenções de voto (na última pesquisa, a da CNT/MDA) e de uma rejeição de 58,2% dos entrevistados), acha que todos devem se unir par apoiá-lo.

João Doria, com meros 1,8% na mesma pesquisa, diz o óbvio: que pode desistir da candidatura. Ah, sim, mas lá para maio, quando já estiver atrás de André Janones, o Daciolo-22.

Simonet Tebet, que já foi candidata a presidir o Senado sem ter o apoio do seu próprio PMDB, insiste em repetir a proeza, agora para candidatar-se presidir a República.

A pretensão é tanta que, em artigo na edição de hoje de O Globo, o jornalista Bernardo Mello Franco sai-se com a genial tirada de que parece que “o fracasso está subindo à cabeça da chamada terceira via”.

“Seus candidatos comem poeira nas pesquisas, mas insistem em se vender como salvadores da pátria. Sem modéstia, sugerem que o país vai acabar se eles não forem ungidos ao poder.”

A pequenez, não apenas dos índices na pesquisas, mas no compromisso com um país em crise e institucionalmente deformado, é grande.

Não há oposição a Bolsonaro, porque toda a preocupação é tentar destruir Lula -velha preocupação, aliás – e jogar todas as fichas em nomes que, diante de Bolsonaro, seriam esmagados.

Aliás, boa parte disso deve-se a Moro porque, antes dele, uma frente PSDB-PMDB seria um gigante eleitoral.

Qualquer aliança entre candidatos sem votos vai gerar um candidato sem votos, mesmo que o indecifrável União Brasil venha a dar-lhe latifundiário tempo de televisão., mas isso será só no final de agosto, quando a polarização Lula x Bolsonaro pode tornar a televisão apenas um caixão luxuoso para um candidato sem apoio popular, como aconteceu com Geraldo Alckmin, em 2018.

Moro e Ciro, aliás, por preservarem – até agora – um mínimo de base eleitoral não cabem, portanto, nelas. Mas aí, pelo magnetismo do atual e do ex-presidente sobre os apoiadores de um e de outro, talvez lhes faltem forças para um sprint final., até porque ambos se ressentem da falta de palanques regionais e de uma base de candidatos que dê “rua” às suas campanhas.

Se o PSB encerrar logo a pantomima de que a Federação não pode sair por conta de Marcio França em São Paulo, é provável que a definição formal de que comporá com Geraldo Alckmin a chapa presidencial, as definições do PSD – o partido dos “candidatos de mentirinha” Rodrigo Pacheco e Eduardo Leite – vão também se apressar e influir na migração desta “base parlamentar” que pode ser, afinal, a pá de cal no moribundo sonho de um “candidato alternativo” que, todos estão vendo, é politicamente inviável.

 

 

 

 

 

 

 

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