A verdade é a realidade. Desculpem, lacradores

Diante do quadro que eles próprios construíram no Rio de Janeiro, a direita não tem argumentos para o que já se tornou realidade no Rio de Janeiro e que só não se consumará se Marcelo Freixo ficar preso ao ambiente “lacrador” da internet e não cumprir o seu dever de ser o candidato do campo progressista no Rio de Janeiro – e repito o óbvio: a segunda maior cidade do país!

É gente que acha que estamos vivendo o mesmo ambiente de antes do golpe, onde a garantia das liberdades democrática permitia que os discursos “identitários” reinassem absolutos, porque havia uma identidade básica garantida: a de todos os cidadãos serem titulares – ainda que sem a posse total – dos mesmos direitos.

Não tenho nenhuma proximidade pessoal com o sr. Marcelo Freixo e nem mesmo lhe tenho grandes simpatias políticas.

Enxergo, porém, que nas condições postas da situação política do Rio de Janeiro vejo que ele é o melhor e mais viável instrumento de que se evite que esta cidade de torne uma Chicago dos anos 30, controlada pela milícia a pretexto de um discurso moralista.

Igual não tenho intimidade com Guilherme Boulos, ao qual dispenso o “Sr.” antes do nome por simpatia ao seu comportamento político.

Não deixo, por isso, de ter a consciência do dever de considerar suas candidaturas como o símbolo do enfrentamento político à ofensiva do fascismo que tomou conta do país.

Um enfrentamento que tem base social e uma base que precisa ter como exprimir-se.

Quem ficar preso a lacrações, aquelas do tipo “fulano é esquerda branca” e outras histórias de “lugar de fala”, lamento, vai perder o bonde da política.

Não se trata aqui de fazer uma “geleia geral”, deixando de lado identidades políticas, mas de encontrar a unidade política da defesa da democracia, dos direitos sociais, das garantias constitucionais.

O processo político-social está em marcha, no Rio e em São Paulo.

Não se pode saber se ele será suficientemente rápido para vencer eleições, mas sem ele jamais se voltará a vencer eleições e a abrir espaços para mulheres e negros no processo político, senão como Joice Hasselmans e Hélio “Negão”.

PS. O post está com a “validade vencida”. Sucedeu o que se temia desde o início: o sr. Marcelo Freixo não teve coragem de enfrentar pequenas ambições de seu partido que, embora legítimas, não correspondem ao quadro político criado no Rio de Janeiro e, praticamente, deixa o campo progressista indefeso diante da continuidade da máfia política que domina este estado. O Rio desce mais um degrau na escada da degradação.

 

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