Abraço de afogado

O Globo noticia que, para evitar o desgaste das derrotas país afora, Jair Bolsonaro não quer se envolver no segundo turno das eleições municipais.

Tarde demais, capitão.

Os seus pupilos, sem mais esperanças, agarram-se ao presidente como já nem tanto tábua de salvação, mas como aquele que levará a “culpa” pela derrota.

Mesmo onde o segundo turno é disputado por dois adversários de Bolsonaro, como Recife e São Paulo, a pecha do bolsonarismo cai sobre João Campos e Bruno Covas, que tiveram de amaciar as palavras sobre a cena nacional e associar seu discurso ao ideário da “ordem” e do conservadorismo, o que os iguala.

Mas é no Rio que as coisas ficam mais claras.

Eduardo Paes tem um caminhão lotado de pendências e nenhum projeto para a cidade, apenas a figuração simpática do carioca, o que já é muito perto das carrancas adversárias.

Será estrepitosamente eleito por conta de seu adversário, Marcelo Crivella e pela identidade que o atual prefeito construiu com Jair Bolsonaro, igualmente atrelado à máquina no fundamentalismo neopentecostal.

Crivella sabe disso e, embora Bolsonaro tenha apelado a muitas chicanas para não ser fotografado com ele após o primeiro turno. Crivella foi usado para evitar que uma candidatura oposicionista fosse ao segundo turno contra o “neutro” Paes e, para isso, funcionou. Agora, não presta mais.

Só que o sobrinho de Macedo é mau feito pica-pau e vai afundar levando o retrato do “Mito”, como sócio majoritário da derrota.

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