Ação da PF contra Salles vem de
apreensões de madeira nos EUA e Europa

A ação de busca e apreensão deflagrada agora há pouco contra o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, tem sua raiz numa comunicação que este último recebeu de Bryan Landry, dirigente do departamento de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, dando conta da apreensão de madeira brasileira na cidade de Savannah, no estado da Geórgia.

Faltava, em parte dos conteineres da empresa Tradelink, o certificado de autorização do Ibama e e em três deles as autoridades norte-americanas não aceitaram a “documentação” improvisada depois que a empresa, segundo disse Jens Bursche, presidente da matriz norte-americana tinha “colocado alguém lá no Ibama, em Belém, para sentar lá todos os dias para garantir a liberação das remessas” apreendidas.

A partir destes problemas, a ação do Ministério e do Ibama, em lugar de apertar a fiscalização foi eliminar a existência deste documento, a “Autorização de Exportação”, atendendo a pedido de empresas e associações de madeireiras e de exportadores. Com isso, praticamente extinguiu-se a fiscalização de madeira pronta para embarques para o exterior.

Com isso, veio o paradoxo: o ministro do Meio Ambiente passou a defender a liberação da maior quantidade de madeira já apreendida pela Polícia Federal: mais de 200 mil metros cúbicos, equivalente a cerca de 65 mil árvores derrubadas, sob o argumento que os documentos de venda para exportação não existiam, mas havia o Documento de Origem Florestal, que teria passado a ser o suficiente.

O resultado chegou: o avanço de uma investigação deste tipo sobre as maiores autoridades ambientais do país vai reacender o incêndio da imagem do Brasil e inviabilizar qualquer iniciativa, mesmo que tímida, do governo Biden para enviar recursos para fiscalização ambiental.

Para o governo desmatador é que não virá.

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