Aécio e Rio: um caso de amor não correspondido

cervantes

Reproduzo abaixo uma deliciosa crônica política do Paulo Nogueira, sobre a relação entre Aécio e a cidade maravilhosa.

Aécio e o Rio: um caso de amor não correspondido

Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo.

Ao ver os números do Ibope em alguns estados, me ocorreu o seguinte: parece haver, no Rio, um caso de amor não correspondido.

Me refiro a Aécio.

Segundo o Ibope, no Rio ele tem 15% das intenções de voto contra 35% de Dilma.

Poucos políticos, na história moderna nacional, e talvez mesmo antiga, demonstraram tanto amor quanto Aécio pelo Rio.

É possível que Aécio tenha mais horas passadas no Rio do que em sua terra natal, Minas.

É no Rio que ele se diverte. É no Rio que ele goza a vida. É no Rio que Aécio é Aécio, seja aparecendo em fotos festivas, seja sendo capturado por uma câmara de vídeo alta madrugada, dando gorjeta de 100 reais numa padaria [Tijolaço: não foi padaria, foi o bar Cervantes].

Foi no Rio que ele casou, numa cerimônia em seu apartamento no Leblon.

Se fôssemos fazer uma imagem amorosa, teríamos o seguinte. Minas é a esposa de Aécio, tediosa e fiel, diante da qual ele cumpre obrigações e segue protocolos.

O Rio é a amante, aquela que faz seu coração disparar e os olhos arregalarem.

Mas tamanha paixão não encontra correspondência, sugere o Ibope.

Observemos um paralelo. Brizola era maluco pelo Rio, como Aécio. E um estrangeiro lá, como Aécio.

Um gaúcho no Cristo Redentor.

Só que Brizola era amado. Foi eleito governador duas vezes mesmo com Roberto Marinho fazendo tudo para derrotá-lo.

Por que essa diferença?

Uma boa hipótese, seguindo na imagem amorosa, é que os cariocas acham que Aécio é o amante que quer apenas se divertir, e nada mais.

Brizola não. Era um marido extraordinariamente dedicado. Trabalhou quanto pôde, contra toda a força do conservadorismo, por um Rio melhor e mais justo.

Não era personagem de colunas sociais. Não era visto e fotografado nas celebrações da granfinagem.

E subia o morro.

Aécio não é Brizola, embora coincidam na devoção ao Rio.

E é uma pena que não seja: Brizola faz falta, com sua coragem intrépida no combate à iniquidade.

Aécio, repito, não é Brizola, infelizmente.

Não sendo Brizola, não pode aspirar aos votos do Rio – como sugere o Ibope que lhe dá apenas 15% das intenções de voto.

O carioca gosta de praia e de futebol – mas gosta ainda mais de quem trabalha duro pelo bem de sua cidade maravilhosa.

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16 respostas

  1. bem que ainda podemos ler textos como estes anti a um jornalismo pigal que nos enoja. Parabéns ao autor do texto e para quem o reproduziu.

  2. Minas esposa fiel.
    Rio a amante deslumbrante.
    Aécio: nem o Rio de Janeiro, nem Minas Gerais te merecem.
    Você é uma bosta. Um ser desprezível.

    1. E como o povo faz questão de votar no tenha a trupe mais vagabundo possível, tudo parece que esse vai perder

  3. ontem a cidade estava cheia de gente jovem em vários e vários sinais de trânsito, em zonas diferentes (centro, sul, norte, pelo menos foi por onde passei) adesivando carros e divulgando o aécio….pode não ser nada, pode fazer parte do processo, mas isso é obra do aezão, piciani e companhia…farão uma guerra suja e sangrenta no rio, como fazem para eleger seus afilhados, filhos e netos (e conseguem votos demais)e embora seja o esperado, é melhor não relaxar na luta, pois o povo carioca anda repetindo um monte de asneira contra a dilma, essas asneiras que assimilam da grande mídia por osmose.

    esse ano a direita e os grups de mídia disputam sua sobrevivência, não esqueçam disso, não duvidem de nada

    manter guarda alta gente e as baionetas preparadas

  4. Rio de Janeiro era uma cidade maravilhosa…
    Conseguiram destruir este paraíso de todos os brasileiros…
    E na política então…para quem tem um Cabral e um Paes, o que é um Aécio,não é mesmo…??/

  5. “Não sendo Brizola, não pode aspirar aos votos do Rio – como sugere o Ibope que lhe dá apenas 15% das intenções de voto.” (by Paulo Nogueira)

    Mas nós sabemos o que ele gosta de aspirar…o helicóptero dos Perrellas também sabe.

  6. A meu ver acho que não é AMANTE, deve se tratar de uma mulher MENOS FIEL. O Rio de Janeiro não merece.

  7. O Rio de Janeiro. O Rio, como costumamos dizer, tem um quê que só ele tem. O Rio de Janeiro é aquela Cidade que cada um nós gostaria de visitar, e, antes de isso, já a ama. Bonita por natureza, cheia de encantos mil, cada um de nós brasileiros, a amamos e por ela, em tese, a reverenciamos. É difícil não amar a Cidade do Rio de Janeiro. Muito embora, milhões de brasileiros não a conheçam. Mesmo assim, ela é nosso xodó. É como uma filha, uma menina, uma criança que amamos e admiramos. Mas, ama-la necessita, antes de tudo, cuidados, proteção, atenção. Brizola, amava o Rio de Janeiro e tentava – acho que conseguiu – cuidar do Rio de Janeiro e não pediu nada em troca. Por isso que é amado pelos cariocas. Enquanto que o rapazinho fino-burguês apenas se serviu do Rio de Janeiro. Coisas da vida, não é não menino-do-rio?

  8. Só tenho uma discordância do texto, acho que não é a amante que deixa os olhos dele arregalados…

  9. Pelo jeito não é só no Rio que as pessoas têm um pé atrás com o doidivanas.
    Senão, como explicar a oração desse preocupado pai Claudiense, devoto de Nossa Senhora, cujo filho diz que quando crescer quer ser igual ao Aécio?
    – Querida Mãe Santíssima! Humildemente prostro-me aos Vossos pés para rogar-te interseção junto ao Pai, para que Ele, em Sua misericórdia, não permita que este meu filho, por pura tolice, persiga o destino desse tresloucado playboy, em cujo comportamento prenhe de má fé não é possível vislumbrar qualquer virtude! Suplico-te, Oh Mãe Querida! Não deixe que tamanha desgraça se abata sobre esta humilde e insignificante, porém honrada casa! Amém

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