Reportagem do Estadão mostra quem finalmente, apareceu uma “caixa preta” no Banco Nacional de Desenvolvimento.
Mas não é a que ansiosamente Bolsonaro dizia haver, dos tempos dos governos anteriores, e cobrava que fosse exibida, o que acabou levando à demissão de Joaquim Levy e à nomeação do amigo dos filhos presidenciais, Gustavo Montezano, ex-funcionário do onipresente BTG Pactual das origens de Paulo Guedes.
É que Marcelo Sefardy, presidente do Conselho de Administração do banco – e que já foi do Pactual nos tempos de Guedes e é ex-sócio do atual ministro na empresa Fidúcia – é sócio de uma empresa escolhida pelo Bndes para conduzir a privatização de várias empresas.
O Estadão mostra, com documentos, que Sefardy só formalizou sua saída do quadro diretor da empresa após tomar posse no Conselho de Administração e continua a ter vínculos proprietários com o grupo.
Quando ingressou no BNDES, Serfaty tinha ciência de que a empresa disputava os pregões da Casa da Moeda e da Infraero, uma vez que ele ainda constava como sócio no momento em que os processos foram iniciados. Segundo a Junta Comercial de São Paulo, ele só deixou a G5 Partners sete dias após tomar posse no BNDES, em 20 de novembro.
No anúncio do pregão dos aeroportos, Serfaty integrava também o quadro acionário de uma segunda empresa do grupo G5 Partners, a G5 Tecnologia de Segurança e Participações. Ele deixou essa sociedade em 10 de janeiro deste ano. Atualmente, ele tem 50% da G5 Gestora de Recursos. De acordo com documentos oficiais, a firma é administrada pela G5 Partners, a empresa que venceu as licitações do BNDES.
Mas a proximidade seguiu total: em fevereiro deste ano, Sefarti foi um dos participantes do evento “Brasil 2022 – O Redesenho do Papel do Estado”, em São Paulo, com a presença do Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar. Evento promovido, claro, pela G5 Partners. Estavam em casa…
Além disso, Sefardy parece ter um calcanhar de Aquiles parecido com o daquele ex-futuro-ministro da Educação: no currículo que apresentou para assumir o cargo consta um doutorado na Fundação Getúlio Vargas, que ele não tem.
Palmas para Bolsonaro, que tanto queria uma caixa-preta de suspeitas no Banco e, afinal, conseguiu uma, protagonizada por um amigo de Paulo Guedes.
View Comments (5)
O Temer nomeou um presidente para o BNDES com a tarefa de fazer uma devassa e abrir a famigerada caixa preta que toda a direita estava rouca de tanto denunciar. Não havia caixa preta. Bolsonaro foi também em busca da caixa preta e nada encontrou. Mas agora não é mais necessária a caixa preta, que afinal significa algo muito fechado e por baixo dos panos. O que fazem é mesmo caixa aberta e por cima dos panos.
É a velha tática da direita que denuncia os adversários pelos crimes que eles próprios cometem.
Exato.
Interessante. O que dá para perceber que ex-integrantes do BTG estão assumindo postos-chaves no BNDES. E o próprio BTG está sendo beneficiado por esse (des)governo Bozzo. Vide o caso da venda da carteira de crédito do Banco do Brasil no valor de R$ 2,9 bilhões por meros R$ 371 milhões para BTG efetuado por Rubens Novaes pouco antes de se demitir do BB. Estou achando que o BTG está tendo muitos benefícios no governo Bozzo. Vamos ficar de olho nessa turminha do BTG, que tem o ministro Guedes como um dos seus fundadores.
Falavam em caixa preta, mas o queriam era meter a mão na Caixa de Dinheiro do BNDES, pra fazer o que sabem: ROUBAR.
E a patuléia que babava de ódio nos tempos do PT, agora tá de boca aberta comendo mosca.