Aécio Neves está divulgando nas redes sociais um vídeo contra a capa da Veja, a qual chama de “falsa e mentirosa” .
Figura estar indignado.
Perfeitamente, conceda-se ao senador mineiro o benefício da dúvida, embora nas gravações clandestinas de Sérgio Machado ele seja apontado como “o primeiro a ser comido”.
Mas a credibilidade que ele porventura pudesse ter, até mesmo de quem tem o espírito da “velhinha de Taubaté” esbarra num sério problema.
O de que Aécio nunca fez este discurso quando os denunciados eram outros.
Princípios não são mercadoria de ocasião, que se tem às vezes e outras não se tem.
O fato político mais significativo , porém, é que a matéria revela, seja verdadeira ou falsa, a guerra de foice que ocorre dentro da direita.
Aécio não tem mais serventia eleitoral, mas tem boa parte da máquina eleitoral tucana a nível nacional.
Geraldo Alckmin tem grande parte da máquina tucana em São Paulo, mas não tem a nacional.
Dória – que suou o dia da mentira para proclamar que não é candidato a coisa alguma, além de governar a cidade de São Paulo, só pode desbancar seu padrinho se tiver aliados fora do Estado, dos quais Aécio parecia o mais promissor.
Há outro pólo nesta disputa: Michel Temer, hoje mais influente entre o tucanato porque é o fiador da imensa presença do PSDB no Governo.
O imenso jogo de hipocrisia que se tornou a política brasileira tem tanta capacidade de convencer quanto a Veja ou os desmentidos de Aécio.
Não há ideias ou propostas porque não podem defender abertamente a ideia de que estão engajados- da Polícia Federal ao Judiciário, de Temer aos tucanos: a da destruição deste país, de sua submissão incondicional aos donos do dinheiro, a da regressão dos direitos do povo brasileiro aos patamares de há um século atrás.
As estruturas podres que eles montaram na vida política ruem sobre eles próprios e disso tentam se safar num teatro de denuncismo que os está sorvendo também.
A fala de Aécio segue abaixo.