Alckmin tem “saída” para escassez de água. A seca total

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O Estadão escancara o jogo de Geraldo Alckmin, embora o jornal não se digne a publicar a imagem feita, estes dias, por seu fotógrafo Tiago Queiroz, que reproduzo acima.

Sabe que São Paulo ficará sem água, talvez não antes mas, certamente, depois das eleições.

E pede, de maneira totalmente irresponsável para sugar até a última gota reservatórios que estão abaixo de qualquer limite razoável para seu manejo.

Quer, além dos 182 bilhões de litros que já está autorizado a retirar por bombeamento do sistema além da linha do “zero” da operação normal, autorização para retirar mais 116 bilhões de litros.

Não é apenas uma catástrofe ambiental, é uma catástrofe econômica.

Ninguém, hoje, pode implantar ou ampliar uma atividade em São Paulo que demande água.

O sistema que abastece quase a metade de São Paulo começou o mês com 200 bilhões de litros. Vai terminá-lo com quase 60 bilhões de litros a menos, com algo como 142 ou 143 bilhões de litros.

É a “conta do chá” para chegar às eleições.

Esta é uma tragédia da qual, desde dezembro do ano passado, se podia antever e rigorosamente nada foi feito para amenizá-la.

Se de janeiro a março, quando foram feitas as primeiras medidas para estimular a economia de água, isto já tivesse sido feito ter-se-ia economizado praticamente o mesmo volume da “cota extra” que Alckmin pretende.

Mas se fugiu e se foge, como o diabo da cruz, da palavra racionamento, que está sendo trocada, no futuro pós-eleitoral, por falta d’água.

A seca é, sim, séria, mas a redução do volume dos rios que abastecem São Paulo está longe de ser culpa exclusiva dela.

A chuva foi, de fato, a metade da média,até um pouco acima disto,  mas a vazão dos rios está reduzida sempre a menos de um terço do normal e, este mês, a menos de um sexto da média histórica.

O que revela, até para os leigos, o comprometimento crônico dos mananciais.

Nenhum momento seria mais favorável que este para se iniciar um programa de controle e recuperação destas áreas, e nada foi feito para isso.

Só se apresentou – se é que se apresentou algo além de declarações públicas – um plano mirabolante de retirada das águas do já combalido Rio Paraíba do Sul que, além de inexequível a curto prazo é, estruturalmente, um puxar para cá ou para lá de um cobertor visivelmente curto.

E a imprensa paulista, embora publique matérias dizendo que serão mais tantos bilhôes de litros daqui e dali, deixa de fazer o que mais claramente poderia fazer para que seus leitores compreendam a gravidade da situação.

Que, neste momento, já é pior do que a do mísero canal de água suja, em meio ao lodaçal, que o maior dos reservatórios que abastecem a cidade se tornou, como você vê acima.

Mostraria as imagens, se a penúria de meios deste blog permitisse ir ao local fazer o que muito pouco se faz: jornalismo.

Mas posso dar, mesmo para leigos, uma ideia.

O principal reservatório do Cantareira está 26,7 metros abaixo do nível que tem quando está cheio.

O equivalente a um prédio de nove andares estar totalmente encoberto de água ou completamente seco.

Esta é a medida da crise, em termos bem concretos.

Só menor do que a da cumplicidade dos que a disfarçam diante dos olhos dos paulistanos.

 

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29 respostas

    1. Justiça seja feita: neste caso, pelo menos o jornal Estadão está nos informando.
      A reportagem está bem feita e reproduz várias declarações da SABESP, a qual assegura estar tudo sob controle e às mil maravilhas.

  1. Alô tucanos; vendo baldes e caixas d´agua. Quanto a água,vendo,mas a entrega é em Mato-Grosso.

  2. Quando São Paulo parar de vez,
    o PIG já terá na ponta da língua o nome do culpado:
    LULA !!!
    pior, os coxinhas acreditarão e divulgarão laudas e laudas no “feicibuque”.

  3. Perdem as penas perdendo São Paulo mas entregarão a cabeça do PT, que deverá ganhar o governo de sampa.

    Os paulistas pagarão pelo descaso da casa grande, pig, psdb, dem eoitros culices.

  4. diz a História, de toda a parte, que no momento da pior crise, no esgotamento iminente das chances de salvação,em qualquer sociedade, sempre aparece o lider de verdade. O qual grita, orienta e canaliza as energias q sempre existem.
    Agora parece que a Midia, o PIG e a Casa Grande enfim o parecem estar bloqueando. Ou entao.. se NAO for essa a explicaçao, que se feche a porta que não tem mais nada a fazer.

  5. Em Sumpaulo não tem “os Verdes”? Eles só existem para os bagres e pererecas nod projetos do governo federal?

  6. Moro em São José dos Pinhais/PR, a colega de minha esposa só soube sobre a real situação do Cantareira em visita a nossa casa, no qual relatei os fatos, o que o PIG está fazendo em SP é criminoso.

  7. Recentemente conversei com um engenheiro que me contou algo bem interessante. Falta de água é prevista anos antes que de fato aconteça. E no caso de SP, com certeza já sabem disso a muito tempo. Pq então não fazer nada? Para resolver essa situação tem soluções, mas nenhuma delas baratas, mas nada que uma licitação emergencial não possa ajudar e assim se resolver o problema da água em SP abrindo as torneiras dos cofres públicos.

  8. São Paulo se acha…
    Paulista acredita ser o melhor e mais bem informado …
    Construíram o sentimento de ódio por outros estados, principalmente
    nordeste …

    O Brasil é um país diferente, aqui, “Cafetão se apaixona, traficante vicia no que vende e pobre vota na direita”…

  9. O Cantareira em números

    Hoje, 28/07, o volume morto do cantareira ainda dispõe de 150 hm3 de água (1 hm3 = 1 bilhão de litros). Estão sendo retirados 60 hm3 por mês. O estoque existente é suficiente para mais uns 75 dias. Depois disso, conta-se com a retirada de mais uma parte do volume morto e, mais adiante, das chuvas de verão. O governo alardeia que garante o abastecimento até março/15. É possível que consiga seu intento com o volume morto II, mas teremos água depois disso? É certo que não, conforme o Fernando Brito já vem divulgando há muito tempo nesse espaço. E os números para provar isso são esses:

    A média histórica (1930 a 2013) da chuva acumulada de 12 meses no período de agosto a julho, é de 1.580mm. Essa precipitação na área da bacia (são 1.934 km2) corresponde a um volume total de 3.000 hm3 de água. É bastante água, mas só uma parcela dessa água de chuva é que chega efetivamente no reservatório, é o que os especialistas chamam de afluência. Historicamente essa parcela é de 40%.

    Entretanto, nos últimos 12 meses essa afluência foi de 24% em média, sendo de 33% no período de ago/13 a jan/14 e, justamente no período em que se agravou a crise hídrica, de fev/14 a jul/14, a afluência vem atingindo míseros 16% do que chove, em média. É um circulo vicioso, quanto mais baixo o nível do reservatório, menos água de chuva chega até ele, pois eleva-se a perda de água por infiltração e por evaporação.

    Nesse ritmo de retirada de água do sistema, nos próximos 12 meses serão necessários mais 720 hm3. Considerando que a atual afluência se mantenha em 16%, média dos últimos seis meses (consideração otimista, pois o reservatório só tende a abaixar e reduzir ainda mais essa relação) precisaremos que chova 4.500 hm3 para que o nível do Cantareira, daqui a um ano, esteja com o MESMO NÍVEL DE HOJE.

    Essa quantidade de chuva corresponde a uma precipitação acumulada, nos próximos 12 meses, de 2300 mm de chuva que é 50% a mais do que a média histórica. Só para se ter uma idéia, nos últimos dez anos a maior precipitação anual de chuvas foi de 2000mm.

    Enfim, só mesmo um dilúvio para São Paulo sair do caos iminente a que foi alçado pela irresponsabilidade de seus governantes.

  10. Fernando, quando o Serra era governador, me lembro de ter visto uma reportagem onde o governo de SP conseguiu um empréstimo, não sei se do banco mundial ou do Japão, para recuperação e preservação dos mananciais. Será que esse trabalho foi feito? Pprque

  11. Fernando, quando o Serra era governador, me lembro de ter visto uma reportagem onde o governo de SP conseguiu um empréstimo, não sei se do banco mundial ou do Japão, para recuperação e preservação dos mananciais. Será que esse trabalho foi feito? Porque a conta desse empréstimo é certo que pagaremos.

  12. A imagem mostra o nível da improvisação: um guindaste de construção segurando bombas hidráulicas, uma terraplanagem para juntas as poças d’água e permitir que as bombas joguem a água restante para o tratamento.

  13. Eu acho que nem assim o paulistano vai aprender. Elegem Alkmim depois vai pedir socorro a Dilma. Espero que isso não aconteça, porque seria uma catástrofe inimaginável, mas os paulistas são cabeça oca, assim como eram os nordestinos, só que após Lula, acordaram e a água em abundância tá chegando aqui e não é obra de São Pedro só não, é governo federal comprometido. Se fosse depender de tucano até hoje estaríamos comendo calango assado. Deixe os tucanos só para os paulistas mesmo, acho que até MG dessa vez se livra dessa praga agourenta e abutre dos tucanos.

  14. Pelo visto o problema da Água em São Paulo é antigo e cronico, e 1964 Ademir de Barros aliado de primeira do Castelo branco já vivia pedindo grana pra melhorar o abastecimento de SP, que naquele ano já tinha 4,5 milhões de habitantes mas tinha água só para 2,5 mi. Ai se vê a incompetência para gerenciar as questões hídricas dos tucanos vem de longe.

  15. Alckmin está fazendo uma aposta pra lá de arriscada, na verdade irresponsável. Tem duas cartas na mão: assumir o racionamento e, consequentemente, seu ônus, porém, mostrando-se um mínimo razoável e comprometido com a população; ou isentar-se, não declarando oficialmente o racionamento, jogando para o futuro pós-eleição o drama da falta d’água e colando em si, e para a eternidade, a pecha de irresponsável e oportunista, cínico e covarde. Creio que jogou as fichas que lhe restam na segunda alternativa. Quem paga para ver?

  16. O volume morto está sendo esquartejado, e nenhum defensor de bagres e de pererecas vai ao MAPA para tentar impedir.

  17. E a SABESP permanece desperdiçando, por falta de manutenção no sistema de distribuição, algo perto dos 40% da água tratada…
    Quem, senão o governo do estado, pode obrigá-la a cumprir com suas responsabilidades?

  18. Os paulistanos não merecem esta gambiarra… Ops desculpem: RECURSO TÉCNICO DE EMERGÊNCIA)… !!!

  19. ****:D:D . . . . ‘Tá chegando o Dia D: Dia De votar bem, para o Brasil continuar melhorando!!!! ****:L:L:D:D ****:D:D . . . . Vote consciente e de forma unitária para o seu/nosso partido ter mais força política, com maioria segura. . . . . ****:L:L:D:D . . . . Lei de Mídias Já!!!! ****:L:L:D:D ****:D:D … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. ****:D:D … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …:L:L:D:D

  20. E o pior é a hipocrisia, o asco. A seca para o apagão eletrico era a falta de planejamento e de investimento do go pverno federal. A falta de agua no cantareira é são Pedro o culpado. Mas, não entendo mesmo é o povo paulista,…este sim eu não entendo alias , desde 32,

  21. O Alkimim poderia ter resolvido o problema perfeitamente.
    A única saída é canalizar a bacia do Ribeira, para resolver definitivamente o problema de abastecimento. O único problma é que se trata de uma obra cara e demorada ( 6 anos +/-) aí não é politicamente intressante para estes pássaros nojentos .

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