Ambientalista que não aceita “peixe vivo” acaba com muito peixe morto

salto

Decida você o que é mais feio.

A cachoeira de água preta do Rio Tietê na sexta-feira virou uma capa branca de peixes mortos na cidade de Salto, 100 km rio abaixo.

Lodo de esgoto acumulado no fundo do rio que tinha pouquíssima água e recebeu, de repente, a enxurrada de um temporal.

Uma vergonha para São Paulo, o estado mais rico do país, com uma companhia de saneamento que negocia suas ações até na Bolsa de Nova York.

Que tinha, até pouco antes da eleição, o Partido Verde, de Eduardo Jorge, comandando a Secretaria de Recursos Hídricos do Estado.

Toda a imprensa noticiou que o sistema do Alto Tietê, nas nascentes do Rio, foi “reforçado” para suprir as carências do Cantareira.

Só que ninguém noticiou o quanto este “reforço” representou de água a menos na vazão do rio, porque reteve-se mais água nas represas e liberou-se menos para a calha do Tietê.

Nem o quanto as retificações e aprofundamento da calha do Tietê, sempre apresentadas como solução para as enchentes, acelerou a velocidade das águas (de e 600 m /s para 1080 m /s)  e facilitou o arrancamento do lodo de fundo.

Com muitas e elogiáveis exceções, o Brasil anda cheio de ambientalistas “de gogó”, que não querem geração de energia, mas ligam o ar condicionado e o microondas todo dia.

Se não tivermos a coragem de prover o país de estruturas de geração de energia e abastecimento de água de grande capacidade, o que acontecerá são estas crises que levam a desastres humanos e ambientais.

O Brasil precisa de coragem na administração de seus recursos hídricos, em lugar de ficar patinando por anos em impasses burros.

Se JK, o do “peixe vivo”, não tivesse arrancado o Brasil do atraso energético, não teríamos desenvolvimento.

E é obvio que não se quer, nem se poderia querer, coisas feitas “no tranco” como na ditadura, porque não há uma ditadura.

Temos leis, instituições e mecanismos, além de um sistema de pressões e contra-pressões legítimas, próprio da democracia, para equilibrar a intervenção humana e a preservação do ambiente nas obras públicas, que são menos danosas que a histórica omissão dos governos liberais nessa área, que virou um dos “filés” da privatização nos lucros, embora dependam do dinheiro público no investimento.

Quem prega a inércia só constrói o desastre.

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