Andrade, presidente da CNI: “Foi eleita, tem de respeitar”

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Aí está a razão do golpe ter minguado.

A indústria, os movimentos sociais e, por fim, a Globo (acuada), decidiram se alinhar contra o impeachment.

A indústria não é boba. Sabe que um golpe geraria mais instabilidade e, portanto, mais prejuízo para suas empresas.

Os movimentos sociais também não são bobos. Tem mil críticas à Dilma, ao ajuste do Levy, à Agenda Brasil de Renan, mas querem exercer o seu direito de criticar e lutar por mudanças dentro do marco da democracia.

Por fim a Globo, isolada, com medo de repetir o erro histórico de ter apoiado o golpe de 64, decidiu recuar, deixando seus próprios colunistas e editores, como Merval, com a brocha na mão.

Abaixo, um breve histórico sobre os movimentos do empresariado contra o impeachment.

Primeiro foi a nota contundente da Fiesp/Firjan, as duas federações patronais mais poderosas do país, em favor da “governabilidade”, ou seja, contra o impeachment.

Ontem, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em entrevista à Folha, reforçou a mensagem.

Indagado se apoiava o impeachment, Andrade responde enfaticamente, sem titubear: “Não sou a favor.”

Em vários trechos da entrevista, Andrade deixa bem claro que defende o respeito ao voto, à presidente, às instituições e à governabilidade.

Destaco um trecho:

“Escolhemos em outubro a liderança que gostaríamos de ter, mas escolhemos em cima de um programa de governo em que acreditávamos, de gestão, de crescimento. (…) Temos agora de ajudar a construir um país diferente. As instituições têm de ser respeitadas. Foi eleita, tem de respeitar e ajudar a construir o país dentro do sistema político que temos, com a liderança que escolhemos. ”

Para quem souber espanhol, vale a pena ler matéria do jornal argentino Página 12, mencionando o apoio empresarial e sindical à presidenta Dilma.

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8 respostas

  1. Sem cobertura e chamada da Globo, a marca do golpe amanhã 16/15, nas ruas, liderado pelos tucanos, vai minguar.

    Vergonha para os tucanos, que deveriam se preocuparem com as chacinas nas periferias de São Paulo.

  2. Como disse Roberto Carlos: timidamente, né, mas bonito !
    Parece que finalmente os grandes empresários estão aprendendo a conviver com a democracia plena, com liderança nacionalista e desenvolvimentista.
    Faz parte do jogo político o ganhar e perder.
    Mas a economia deve estar a salvo destes embates.
    Agora vemos o empresariado, por suas entidades e particularmente, darem voz à realidade.
    Seus negócios, suas empresas podem e devem prosperar em ambientes políticos diversos de suas visões pessoais.
    Todos os setores e atores da economia tem de ser beneficiados pelo desenvolvimento.
    Esse é o verdadeiro republicanismo.
    A atuação do Estado em benefício de todos, coisa que Lula e Dilma tem demonstrado em seus governos.
    A defesa de nossas empresas, empresários e trabalhadores, tem sido o grande foco desses governos, aliado à promoção do lado social e a inserção dos deixados à margem da atuação governamental.
    Assim vamos formando as bases de um grande e justo país.
    Esperemos que, igualmente, a classe política se de conta dos rumos que tem sido apresentados num jogo ganha/ganha.
    A justeza das posições dessas entidades deve ser de imediato defendidas pelos partidos políticos que querem o Brasil de todos e para todos.

  3. Mas os que não querem o fim do incêndio no circo continuarão a jogar gasolina. O vazamento publicado pelo Estragão de hoje é prova disso.

  4. Eles não pensavam assim até pouco tempo , nenhum deles foram alguns das reações populares e sindicais e de quem defende a democracia e bem mais contundentes algumas manifestações parecidas com a do presidente da CUT que os fez mudar de ideia . Estava muito tranquilo para eles era só espanar a cadeira.
    eles não são tão bonzinhos assim.

    1. Não espero que os indivíduos sejam bonzinhos. Nem empresários, trabalhadores, aposentados, estudantes, etc.
      Espero que cada um defenda duramente suas posições dentro da democracia e na visão de um Brasil grande e justo.
      Se mudaram de posição, e acredito que sim, é porque perceberam que o melhor é manter o país em ordem e funcionando, independente do governo.
      O empreendedor quer é ver sua empresa produzindo e ganhando dinheiro.
      Justo, não vejo problema algum nisso.
      Como o trabalhador quer ver seu trabalho valorizado corretamente.
      Afinal, quantos grandes empresários americanos levaram suas firmas para a China ?
      Todo mundo numa economia quer ganhar o seu. Correto.
      Eu diria que a democracia e o capitalismo são o que de melhor temos para isso.
      Claro, com regramento justo.

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