As filas do auxílio-matadouro

Desde que se começou a cogitar do pagamento do auxílio de emergência à população era previsto que, não optando por uma decisão de pagar a todos e, depois, ir acertando o cadastro, o resultado seria terrível.

E está sendo.

Por todo o país, onde há uma agência da Caixa, há uma fila e, em geral, uma fila monstruosa.

A que mostro abaixo, em imagens enviadas por meu irmão, é a de Cabo Frio, no litoral norte do Rio de Janeiro. Dá a volta num quarteirão de cerca de 600 metros e ainda envolve, segundo ele, uma aglomeração de centenas de pessoas na entrada da agência.

Um Maracanã para o novo coronavírus, bem quando nos aproximamos do período de maior disseminação.

Não é possível que o senhor Paulo Guedes, tão cuidadoso com seu isolamento e sua máscara, não esteja vendo o que as decisões de seu Ministério e as do da (falta de) Cidadania, com Ônyx Lorenzoni, não estejam vendo os focos de contaminação que estão criando, com centenas ou milhares de pessoas sendo forçadas a aglomerarem-se por horas a fio.

Não é possível que o sujeito posto no Ministério da Saúde não articule sua boca mole para dizer aos colegas de ministério que aquilo é colocar as pessoas no matadouro.

Ou aderiram ao “e daí, lamento” presidencial?

Fernando Brito:

View Comments (16)

  • Artigos indignados e notas de repúdio têm pouco ou nenhum efeito contra esse projeto de extermínio da população pobre e trabalhadora. A milicalha, assim como a juristocracia e o PIG/PPV tupiniquins, vassalos da finança transnacional, oligarquias e Deep State estadunidense - que são o alto comando internacional do golpe e mentores desse projeto malthusiano, eugenista, nazifascista e genocida dos pobres e trabalhadores.

    • Eu cocncordo com vc ,de nada servem artigos "indignados" e notas de repúdio quando a gente lida com delinquentes,eles não são atingidos por questões menores como essas.
      Mas,que vc sugere?

  • Estas filas enormes, de gente que se amontoa para tentar vencer uma burocracia que não entende e se candidatar a receber uma esmola que sequer sabe de onde veio, lembram as filas de distribuição de arroz que os colonizadores ingleses promoviam na Índia supostamente para combater a epidemia de fome. Muita gente acreditava que o verdadeiro objetivo das distribuições era juntar mais gente em poucos locais, para depois ser mais fácil a remoção dos cadáveres.

    • Ah, mas se a escassez era tão grande, como é que o Gandhi ainda estava vivo?
      WC

      • Perfeitamente. As fomes na Índia aconteceram durante a exploração colonial inglesa, sendo estimado que 40 milhões de indianos morreram nelas, nos séculos XIX e XX. A última aconteceu na região do Golfo de Bengala, em 1943, e matou entre três e quatro milhões de indianos. É considerada como um genocídio de responsabilidade do Gabinete de Guerra inglês na Segunda Grande Guerra, comandado por Churchill. Embora as regiões afetadas sofressem também fenômenos como secas e enchentes, eram provocadas essencialmente por políticas econômicas e administrativas britânicas, como transformação das terras agricultáveis em latifúndios estrangeiros, restrição do comércio local, repressão de atividades industriais, impostos escorchantes para os indianos com o fim de financiar guerras de conquista no Afeganistão e outros países, e privilégio de exportação de safras para o Reino Unido. Quando os comandantes britânicos solicitaram ao Primeiro Ministro Churchil licença para distribuir os estoques de arroz mantidos pelo exército em Bengala para combater a fome, ele respondeu com a frase célebre: "Se a escassez é tão grande, porque Gandhi ainda não morreu?". Resposta digna de um bom Bolsonaro. .

          • Não nos esqueçamos da Revolta de Bambata em 1906 na África do Sul e o massacre dos Zulus. É fácil perceber de onde se origina o gosto sádico por guerras e a opressão dos povos, patrocinada pelos Estados Unidos nos dias atuais. É a herança genética.

    • Na Austrália, foi pior: os ingleses envenenavam a água e alimentos que ofereciam aos aborígenes, muitas vezes como pagamento por serviços prestados.

  • A esposinha e a filhinha do Bozo deviam circular mais... O virus precisa logo atingir a meta de 70%

  • A de Rio das Ostras é igual ou maior. Filas de banco sempre houve mas essa é a campeã. É a Fila do Corona.

  • A resolução não será institucional.
    Fiquemos vivos, porque depois dessa guerra vem outra.

  • A desculpa do Governo para não liberar esse dinheiro é falta de uma base para saber quem tem ou não direito. Mas isso na verdade é falta de vontade. Pois o governo possui diversas bases de informação que podem ser articuladas, como o FAT, o Caged, a Previdência, a Receita e a RAIS. Com o número do CPF poderia identificar quem possui conta corrente ou poupança e já depositar esse auxílio direto na conta, tomando o cuidado de proibir os bancos de se apossarem deste dinheiro caso haja pendências.
    A informação sobre o direito e o recebimento e onde está o dinheiro poderia ser disponibilizada em um site. Assim, quem já possui cartão, não necessitaria ir a uma agência da caixa, ficando este recurso somente aqueles que não possuem outra forma de sacar este dinheiro.

  • Assistimos diariamente a comprovação na prática de uma falácia amplamente divulgada sobre a existência da ----esquerda brasileira---- Fora dos que se dizem de esquerda ,como uma grande parcela dos políticos brasileiros ,dos erros de opinadores e até cientistas políticos ! a tal esquerda ---não existe----.
    Sem levar em conta as incoerências que a "esquerda brasileira" tem entre a prática e a teoría política existe um aspecto que é fortemente revelador, A ATITUDE.
    E qual é a atitude da esquerda??? a do CONFRONTO.Ser destemido,corajoso,procurando um mundo melhor e mais justo para todos ,ainda que isso possa nos levar a vida.
    E essa atitude não é uma escolha teórica ela é consequência natural de vivermos em um mundo masivamente injusto,desumano,dominado por elites económicas que nos condenam a sermos um instrumento da sua própria felicidade.
    Hoje,mais uma vez,a condução política dessa corrente política ,comete o erro da falta de atitude,que já cometeu enquanto governo ,permitindo o desastre que vivemos atualmente.
    Talvez não conseguindo evitar o desfecho acontecido ,mas,escancarando as suas reais intenções e objetivos ,e mostrando que não somos vacas indo ao matadouro calmamente, sem consciência e sem luta.

    ENTÃO ,SENHORES QUE SE DIZEM ESQUERDISTAS E TEM POSIÇÕES DE RELEVÂNCIA ,ASSUMAM SUA RESPONSABILIDADE E ARRISQUEM ,VÃO A LUTA !!!!!
    NÃO DEIXEM ESTE MORTICÍDIO ACONTECER ,COMO DEIXARAM O GOLPE SER INSTALADO SEM LUTA E SEM OPOSIÇÃO!!!!!!!!!!!!!

  • Além destas filas gigantescas, que só demonstram a total incompetência da administração da Caixa, há ainda outra fila, estimada em mais de 10 milhões de pessoas, cujos pedidos continuam "em análise". Em análise há três semanas! E o auxílio é para ser "emergencial", imaginem uma emergência esticada por três semanas... Mas, como diria o Cachorro Louco, "E daí? Lamento."

  • Gostei da chamada : matadouro. Só que a população necessita tanto dessa ajuda que ñ está indignada pelo genocídio proposital. É um crime

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